terça-feira, 29 de setembro de 2009

São Miguel Arcanjo



Sancte Michael Archangele, defende nos in praelio. Contra nequitiam et insidias diaboli esto praesidium. Imperet illi Deus, supplices deprecamur. Tuque princeps militiae celestis, Satanam aliosque spiritus malignos, qui ad perditionem animarum pervagantur in mundo divina virtute in infernum detrude. Amen.


quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Vanusa cantando o Hino Nacional

Em um evento realizado em março deste ano pela Assembléia Legislativa, a cantora Vanusa foi convidada a cantar o Hino Nacional. Cometeu erros feios na melodia e na letra. Aqui reportagem da Folha.

A cantora se justifica dizendo que tomou remédios para labirintite e calmantes.

Independente das justificativas, o que Vanusa fez com o Hino Nacional foi um perfeito retrato daquilo que nossos políticos fazem com nosso país...





segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A “Reforma da Reforma” se aproxima

ROMA: O documento foi entregue em mãos a Bento XVI na manhã de 4 de abril passado pelo Cardeal espanhol Antonio Cañizares Llovera, Prefeito da Congregação para o Culto Divino. É o resultado de uma votação reservada, que ocorreu em 12 de março, no transcurso da sessão “plenária” do dicastério responsável pela liturgia, e representa o primeiro passo concreto em direção àquela “reforma da reforma” freqüentemente desejada pelo Papa Ratzinger. Os Cardeais e Bispos membros da Congregação votaram quase unanimemente em favor de uma maior sacralidade do rito, da recuperação do senso de culto eucarístico, da retomada da língua Latina na celebração e da re-elaboração das partes introdutórias do Missal a fim de pôr fim aos abusos, experimentações desordenadas e inadequada criatividade. Eles também se declararam favoráveis a reafirmar que o modo ordinário de receber a Comunhão conforme as normas não é na mão, mas na boca. Há, é verdade, um indulto que, a pedido dos episcopados [locais], permite a distribuição da hóstia [sic] também na palma da mão, mas isso deve permanecer um fato extraordinário. O “Ministro da Liturgia” do Papa Ratzinger, Cañizares, está também estudando a possibilidade de recuperar a orientação do celebrante em direção ao Oriente, ao menos no momento da consagração eucarística, como acontecia de fato antes da reforma, quando tanto fiéis como padre voltavam-se em direção à Cruz e o padre então voltava suas costas à assembléia.

Aqueles que conhecem o Cardeal Cañizares, apelidado “o pequeno Ratzinger” antes de sua vinda para Roma, sabem que ele está disposto a levar adiante decisivamente o projeto, começando de fato do que foi estabelecido pelo Concílio Vaticano Segundo na constituição Sacrosanctum Concilium, que foi, na realidade, excedido pela reforma pós-conciliar que entrou em vigor no fim dos anos 60. O purpurado, entrevistado pela revista 30Giorni nos últimos meses, declarou a respeito: “Às vezes as mudanças eram feitas pelo mero fim de mudar um passado compreendido como negativo e fora de época. Às vezes a reforma foi vista como uma ruptura e não como um desenvolvimento orgânico da Tradição”.

Por esta razão, as “propositiones” votadas pelos Cardeais e Bispos na plenária de Março prevêem um retorno ao sentido de sagrado e de adoração, mas também um redescobrimento das celebrações em latim nas dioceses, ao menos nas solenidades principais, assim como a publicação de Missais bilíngües – um pedido feito a seu tempo por Paulo VI – com o texto em latim primeiro.

As propostas da Congregação que Cañizares entregou ao Papa, obtendo sua aprovação, estão perfeitamente em linha com a idéia sempre expressa por Joseph Ratzinger quando ainda era Cardeal, como é deixado claro em suas palavras não publicadas [ndt: ao menos na Itália, pois no mundo ‘tradicionalista’ já era conhecida a carta do então Cardeal Ratzinger ao dr. Barth] reveladas antecipadamente por Il Giornale ontem, e que serão publicadas no livro Davanti al Protagonista (Cantagalli), apresentadas antecipadamente num congresso em Rimini. Com uma significante nota bene: para a realização da “reforma da reforma”, serão necessários muitos anos. O Papa está convencido que passos apressados, assim como diretrizes simplesmente lançadas de cima, não ajudam, com o risco de que muitas possam depois permanecer letra morta. O estilo de Ratzinger é o da comparação e, acima de tudo, do exemplo. Como o fato de que, por mais de um ano, quem se aproxima do Papa para a comunhão, tem que se ajoelhar no genuflexório especialmente colocado pelo cerimoniário.

Nota do Fratres in Unum: Neste contexto, é mais que oportuno rememorar as palavras pronunciadas pelo Santo Padre no fim desta plenária da Congregação, em março.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Arn - O cavaleiro templário

Esse é para aqueles que não perdem um filme com temática medieval, que tenha como pano de fundo catedrais, conventos, castelos, reis, bispos, religiosos, guerreiros, etc. Mesmo ao custo de suportar algumas imprecisões históricas.

O filme, ambientado na Suécia, conta a história de amor entre Arn Magnusson e Cecília, separados pela Cruzada cristã contra os mulçumanos. Arn foi criado em um convento, é culto e exímio esgrimista.

Vítimas de uma armação, são punidos sendo enviados ele para a Terra Santa e ela para um convento. A punição duraria 20 anos.

Me chamou a atenção o líder mulçumano. Proposital ou não, ele lembra bastante Nosso Senhor Jesus Cristo. Além de ser de uma misericórdia e justiça ímpar para com o protagonista Arn, algo que não se vê entre os católicos do filme. Coisas de diretor que não deixa de dar uma alfinetada na Igreja...

De qualquer forma, vale a pena para aqueles que, como eu disse no início, gostam de filmes ambientados na Idade da Luz.

Segue o trailer...


segunda-feira, 10 de agosto de 2009

As CEB's não são católicas

Outro dia questionei aqui no blog: "Alguém ainda acha que as CEB's são católicas?"

Eles próprios tratam de responder: "Não, não somos mais católicos".

Em notícia veiculada pelo site da CNBB, ficamos sabendo que para o encerramento do 12º Intereclesial das CEB's houve uma Missa, ao contrário da abertura do evento.

Mas, em se tratando de um evento 100% Teologia da Libertação, será que houve realmente uma Missa?

No início da celebração "um grupo de nove mulheres negras fez a purificação do espaço litúrgico incensando o altar, a cruz e a mesa da palavra". Ora, isso não é para ser feito por leigos, independente se é homem, mulher, preto, branco, amarelo ou vermelho; a incensação do altar é feita pelo sacerdote.

Mas a demonstração cabal de que as CEB's são qualquer coisa, menos católicas, está estampada nos "compromissos do Intereclesial". Nesse manifesto não há em nenhum momento sequer a menção ao nome de Jesus!

E quando citam a Igreja, é para incentivar "uma Igreja toda ela ministerial, com ministérios diversificados confiados a leigas e leigos; assumindo seu protagonismo, como sujeitos privilegiados da missão".

E bem sabido o que essa conversa mole significa: clericalizar os leigos e laicizar o clero. Próprio de mentalidades encharcadas de marxismo, que se rebelam contra todo tipo de autoridade.

Por fim, o evento assume como compromisso o fortalecimento do diálogo ecumênico e inter-religioso e a superação da intolerância religiosa e dos preconceitos.

A julgar pelo ato ecumênico do Intereclesial é óbvio que esse compromisso não visa a conversão de hereges e pagãos à verdadeira Fé, mas apenas o sincretismo indiferentista de religiões.

As CEB'S, infestadas pela Teologia da Libertação e recebendo o incondicional e escandaloso apoio da CNBB, só buscam a felicidade terrena, tem seus olhos e pés bem fixos nesse mundo, buscando ganhá-lo, esquecendo-se que primeiramente devemos cuidar de nossa alma e depois de nosso corpo.

E ensinou Nosso Senhor: "Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vem a perder-se a si mesmo e se causa a sua própria ruína?" (Lc 9, 25).

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Debate com protestante

Outro dia, vasculhando as entranhas de meu computador em busca de um artigo apologético que eu sabia ter salvo em algum lugar, acabei encontrando esse pequeno debate que travei com uma protestante há alguns anos.

Não foi o único debate que tive com protestantes. Mas esse me chamou a atenção agora porque foi nele que comecei a me aprofundar nesse tema da Sola Scriptura.

De fato, ficar discutindo imagens, Nossa Senhora, intercessão dos santos, sacramentos, etc.. etc... etc... dificelmente dará algum fruto de conversão. Bom mesmo é dar uma machadada certeira na raiz de todo o problema: a Sola Scriptura.

É muito interessante perguntar para um protestante: "Qual a coluna e sustentáculo da verdade?". E o sujeito responder sem pestanejar: "A Bíblia!"

É mesmo? Então porque São Paulo diz que a "Igreja do Deus Vivo é a coluna e sustentáculo da Verdade" (1Tm 3,15)?

Conforme já comentei aqui no blog, o ex-protestante Scott Hahn se converteu por causa dessa pergunta!


O que ela escreveu está em vermelho.

Segue o debate...


Não posso defender o papa pq eu não o aceito como meu líder, e não concordo em nada com as doutrinas católicas, haja visto estarem muito distantes da Bíblia (como eu já te disse algumas vezes).


Ok, você não aceita o Papa como líder. Aqui, então, temos um problema...

É inegável que Nosso Senhor deixou a Pedro a missão de pastorear Seu rebanho (Jo 21, 15-17). Aqui há, portanto, duas hipóteses (e eu gostaria de saber o que você tem a dizer a respeito, se aceita uma das duas ou professa uma terceira hipótese):

1- Cristo deu esta ordem somente a Pedro, sendo assim, não há sucessores nesta missão. Caso seja essa sua interpretação, poderia me apresentar a base bíblica para sustentá-la?

2- Esse mandato não era somente para Pedro, sendo assim, há sucessores do Apóstolo ao longo dos séculos pastoreando o rebanho de Nosso Senhor. Assim, quem seria esse sucessor hoje? (não precisa provar que não é o papa, pois estou pedindo algo positivo, ou seja, quem é o sucessor)


"Porque pela GRAÇA (ajuda a quem não mereçe) sois salvos, por meio da FÉ. e ISSO NÃO VEM DE VÓS, é dom (presente) de DEUS. Não vem das OBRAS (boas obras) para que ninguém se glorie." Efésios 2:8-9

O catolicismo ensina que a salvação tbm depende de obras e a Bíblia não diz isso em lugar nenhum...



Você não pode isolar esse versículo de todo o contexto bíblico...

Não há dúvidas de que a salvação do homem é tão somente iniciativa e dom de Deus. Ninguém pode comprar a salvação; ninguém pode, somente pelas obras, merecer a vida eterna (Rm 11,6). Mas que elas são necessárias, isso o próprio São Paulo afirma no versículo seguinte, que você esqueceu de citar: “Pois somos criaturas d'Ele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas”.

Ora, está escrito que fomos criados para as boas obras e Deus as preparou para que nelas andássemos, como você pode afirmar que elas não são necessárias? Acaso Deus nos criou para algo inútil? Nos preparou um caminho desnecessário?

Não obstante o exposto, digo que a este ensinamento está de acordo a contundente carta de São Tiago: “De que aproveitará, irmãos, a alguém dizer que tem fé, se não tiver obras? Acaso esta fé poderá salvá-los?(...)A fé, se não tiver obras, é morta em si mesma” (Tg 2, 14.17).

Ou seja, ninguém se mantém na justiça recebida se professa a fé sem a viver adequadamente ou sem a traduzir em boas obras, que, conforme São Paulo, foram preparadas pelo próprio Deus. Diz ainda e muito sabiamente São Tiago que os demônios tem fé, mas está fé de nada lhes serve, estremecem porque não têm conduta de vida correspondente a essa fé (Tg 2,19).

Por fim, em Mateus 25, 31-46 Nosso Senhor Jesus Cristo deixa bem claro que sem as obras de nada adianta a fé, e a condenação será certa.... Fica claro por esse trecho evangélico que "Deus retribuirá a cada um segundo suas obras" (Rom. 2, 6)


Eu creio na Bíblia que diz que a salvação se ganha através de Arrependimento (de uma vida sem se preocupar em agradar a Deus; vida de pecado) e Fé (confiança no sacrifício de Jesus ao pagar nossos pecados).

Ok, concordo, pois está escrito “convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15).


No evangelho de João, na conversa de Jesus com Nicodemos, Ele diz que é necessário nascer de novo para não sermos condenados. Ele se refere ao momento da conversão, onde renegamos a velha vida de pecado, pedimos a Jesus para ser nosso ÚNICO E SUFICIENTE salvador e Senhor (dono) a partir daquele momento. Tbm recebemos o Espírito Santo q é o espírito de Jesus, o qual nos ajuda a entendermos a Palavra de Deus entre outras funções... No final da conversa Jesus fala que quem não crer já está condenado, ou seja, quem não passar pela conversão, pelo Novo nascimento, não entrará no Reino dos Céus...

Não! Nosso Senhor não se refere ao momento da conversão, se refere na verdade ao Batismo! Ele afirma, e você novamente esqueceu de citar o trecho, que “quem não renascer DA ÁGUA e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus” (Jo 3, 5). Ok, de fato Jesus afirma que quem não crer já está condenado, mas essa afirmação não pode ser isolada totalmente do que Ele próprio diz em Mt 16, 15-16: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem CRER E FOR BATIZADO será salvo, mas quem não crer será condenado”.

Veja que Nosso Senhor afirma ser necessário o batismo ao lado da fé. Foi Ele quem colocou essa condição!


Vc já se reconheceu pecador?

Sim.

Já reconheceu Jesus como único Salvador?

Sim.

Vc nasceu de novo? Pense nisso...

Sim, através “da água e do Espírito” conforme ensinado por Cristo.

O batismo (que significa mergulho em grego) é simbolo de um enterro.

Ao me batizar eu declaro que morri para a velha vida de pecado e ao sair da água eu ressucitei para uma nova vida com Cristo, de obediênca a Ele..

A Bíblia fala de muitos batismos, mas as pessoas se batizavam DEPOIS de se arrependerem e crerem em JESUS como Salvador! Primeiro a conversão e depois o batismo!!
Batizar um bebê que não tem noção da vida e não sabemos se ele virá a aceitar Jesus como Salvador é um absurdo
!

Absurdo é negar a uma criança graça lucrada por Cristo na Cruz.

Que arrependimento e fé são exigidos de adultos ninguém contesta, também na Igreja Católica ninguém é batizado contra a vontade e sem professar a fé. Logo, quem se batiza na Igreja Católica se converteu e crê no Evangelho.

Quanto as crianças... em primeiro lugar não podemos esquecer que o Antigo Testamento é prefiguração do novo (Col 2,11-12).. Na Antiga Aliança Deus mostrou ao seu povo que queria que as crianças estivessem em aliança com Ele.... e o modo de sinalizar essa aliança era com a circuncisão. Assim, a circuncisão era o sinal de pertencer ao povo judaico descendente de Abraão, e, ao mesmo tempo, era o sinal de pertencer a religião do verdadeiro e único Deus, pai de Nosso Senhor Jesus Cristo. Na nova Aliança feita por Cristo, o fato de pertencer à Fé verdadeira já não devia ser feito por um sinal material, mas espiritual, que era o batismo de Cristo. E é digno de nota que não encontramos nenhum texto em que as crianças devam ficar excluídas da Nova Aliança, muito pelo contrário: “Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais, porque delas é o reino dos céus (Mt 19, 14).”

Fiel ao Mestre, Pedro ensinou que “a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos...” (At 2, 39). E há indícios de que crianças foram batizadas em At 16,14-15; At 16,31-33; At 18,8 e 1Cor 1,16.

Sim, indícios apenas. Sinta-se a vontade para provar-me que não haviam crianças nos batismos citados acima...

Na Igreja Católica as crianças são batizadas sob a séria promessa dos pais que a educarão na Fé Católica (e, por favor, não diga algo como “então tudo bem, a fé católica não é cristã mesmo... entenda o que estou dizendo com Fé Católica). E isto está de acordo com o que expliquei acima sobre a circuncisão ser prefiguração do Batismo... ora, quando uma criança era circuncisa, não havia garantia de que seria fiel a Deus! Ela era circuncisa com base na fé dos pais.

O problema aqui é sobre a eficácia do Batismo. Para um batista ele é meramente um símbolo, para um católico ele é regenerador, ou seja, transmite a graça que sinaliza.

Por considerá-lo meramente um símbolo da conversão e adesão a Cristo, não vocês aceitam que uma criança possa ser batizada.

Mas a verdade é que o Batismo não é meramente um símbolo (Tt 3,5; At 22,16) . Se o Batismo não agisse na alma do fiel, não haveria necessidade de Nosso Senhor colocá-lo como condição para a salvação! (Mt 16, 15-16)


Jogar água na cabeça tbm foge totalmente do que simboliza o batismo (morte/enterro e ressurreição para um nova vida)..

Como disse, o batismo transmite a graça que sinaliza. Assim, a água é um mero símbolo visível da graça invisível que está agindo. Logo, tanto faz se está sendo derramada na cabeça ou se a pessoa está mergulhando em uma piscina... O problema, como salientei acima, é a diferença na nossa compreensão do que seja o batismo.

Pra você ter uma idéia, a água sequer é necessária em casos especiais. A Igreja Católica reconhece três formas de batismo:

- batismo com água (o mais comum, obviamente)
- batismo de desejo (o do “bom ladrão” por exemplo, ou seja, quem se converte mas morre antes de ter tido a oportunidade de se batizar)
- batismo de sangue (dos mártires não batizados, pessoas que morreram defendendo a Fé muitas vezes antes de terem se batizado com água)


Batismo não salva. Quem salva é Cristo!

Correto! A graça que nós católicos acreditamos ser transmitida no batismo deriva diretamente no Sacrifício de Cristo na Cruz.

Sem querer entrar no tema de sacramentos, apenas para você entender melhor o catolicismo nesse ponto: os sacramentos católicos não agem de forma independente de Cristo... pelo contrário, estão intrinsecamente unidos à Cruz de Nosso Senhor. Então, se for entendido como mero símbolo, o batismo não salva. Mas nós católicos dizemos sem grandes problemas que o batismo salva porque é através dele que lucramos os méritos do Sacrifício de Cristo.

Se eu me converter a Cristo hoje e morrer amanhã, e não tiver temop de me batizar? Vou para o inferno?? Pense na resposta..

Estou tomando essa pergunta de forma hipotética, pois em última instância só Deus sabe da conduta de cada um até o último instante de vida. Assim, nem preciso pensar muito para responder: não. É o batismo de desejo que expliquei acima.

Se for batizada quando bebê e ao me tornar adulta viver uma vida podre sem se preocupar com o que Deus pensa.. Vou para o céu?? Pense na resposta...

Idem a anterior sobre ser uma pergunta hipotética, sendo assim também não preciso pensar muito na resposta: não.


Creio no que diz a Bíblia..

"Só há um mediador entre Deus e os homens - Jesus Cristo homem"..

"E em nenhum outro há salvação, pq tbm debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens pelo qual devamos ser salvos" Atos 4:12

Maria não é mediadora, e nem pode rogar pelos pecadores. Só Jesus tem esse poder!


Não entendi bem qual ponto da Fé Católica você está se referindo com essa citação...

“Em nenhum outro há salvação”... Ok, e por acaso a Igreja Católica busca salvação em alguém que não seja Jesus Cristo? Sim, porque esse trecho não está falando de orações intercessórias, mas sim em quem devemos buscar a salvação.


Jesus foi o único que nunca pecou...

Sério? Não é isso que Bíblia ensina....

"Pois todos pecaram e carecem da gloria de Deus" (Rm 3,23)

“Porque todos pecaram" (Rm 5,12).

Longe de mim afirmar que Cristo era pecador. Mas é fato que a Bíblia afirma que TODOS pecaram... Você consegue dar uma boa interpretação para isso SEM RELATIVIZAR o texto bíblico? Por que se você puder relativizar, eu também poderei em alguns outros pontos polêmicos (imagens, por exemplo).


Etc..Etc..Etc..

Apenas algumas das muitas divergências entre nossas crenças...

E todas minhas afirmações a respeito do que creio posso provar na Bíblia que é a Palavra da Verdade, a qual não podemos tirar ou acrescentar nada...

Será mesmo que você pode provar tudo o que crê com a Bíblia?

Nossa maior e fundamental divergência não são os pontos expostos acima. Mas sim a doutrina da Sola Scriptura, ou seja, a Bíblia é a única e suficiente fonte de fé. Já lhe adianto: a Bíblia não ensina a Sola Scriptura!

Caso contrário:

Você poderia me mostrar onde a Bíblia ensina que ela mesma é única e suficiente para a fé?

Você poderia me demonstrar com a Bíblia que os livros que compõe essa mesma Bíblia são inspirados? Por exemplo, por que aceitar que a Carta aos Hebreus ou a III Carta de João são livros inspirados e dignos de constarem no cânon bíblico? Ou ainda, porque aceitar o Evangelho e os Atos dos Apóstolos, escritos por Lucas, se este nem um dos doze apóstolos era?

Em resumo, em que autoridade você se baseia para aceitar esses livros como inspirados?

Fique à vontade para responder as minhas explicações sobre os pontos que você levantou inicialmente, mas tenho quase certeza que não renderão nada... Sempre cairemos no problema de ser ou não a Bíblia a única fonte de fé. Então acho que seria mais produtivo se concentrar nas perguntas que levantei acima. Mas sinta-se à vontade...


Não estou dizendo isso para te magoar ou mostrar meu conhecimento.. Nada disso.. Apenas não posso me calar diante de algo que considero tão importante, como a SALVAÇÃO.

Pense nisso... leia sempre a Bíblia. Siga a Bíblia, não opiniões e idéias de instituições seja ela qual for...

Igreja não salva, mas se for bíblica, nos ensinará a servir a Deus da melhor maneira possível...

A Bíblia eu leio freqüentemente.

E pelo menos uma instituição eu posso dar total crédito: “A Igreja do Deus Vivo, coluna e fundamento da verdade” (I Tm 3,15).

Ora, se essa Igreja do Deus Vivo é a coluna e o fundamento da verdade (e não a Bíblia!!!), nela eu posso colocar toda a minha confiança. Nela a verdade é sustentada e fundamentada com clareza, vigor e inerrância.

A propósito, na sua interpretação, onde eu posso encontrar essa Igreja do Deus Vivo citada pelo Apóstolo Paulo? Não imagino que seja uma igreja local porque é uma missão muito grande... e não vejo vocês fundamentarem sua fé em uma igreja local... Também não imagino que seja uma igreja universal visível porque vocês simplesmente não acreditam nisso, afirmam ao contrário que a igreja é a união invisível de todos os que professam ter Jesus como único Senhor e Salvador.... sem uma liderança visível.

Logo, repito, onde eu posso encontrar essa Igreja do Deus Vivo, que, com São Paulo, eu possa chamar de coluna e fundamento da verdade? Uma Igreja em que eu possa aprender com ela com total confiança, pois ela sustenta a Verdade.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Alguém ainda acha que as CEB's são católicas?

Há ainda quem ache as Comunidades Eclesiais de Base são uma realidade em plena comunhão com a Fé Católica...

A idéia de pequenas comunidades não é ruim e nem é exclusividade das CEB's, muitos outros grupos trabalham dessa forma. Acontece que as CEB's estão completamente permeadas pela herética doutrina da Teologia da Libertação.

E o fruto da TL nas CEB's está registrado na notícia abaixo, retirada do site da CNBB, que aliás faz ampla cobertura do evento.

Notem que a abertura do Intereclesial não é feita com uma Missa, mas com uma celebração esquisita e que nitidamente toma o lugar que seria da Missa em qualquer evento REALMENTE CATÓLICO...

A citada celebração tem um rito de entrada, uma homilia do bispo, um ofertório, um rito penitencial. Extremamente estranho é que um arcebispo presidirá tal celebração! Como um sucessor dos Apóstolos se presta a um serviço desses?

Notem ainda que no lugar do que normalmente seria o Ofertório e a Comunhão (caso se tratasse de uma Missa) houve a apresentação de "Cestas indígenas carregadas de bombons feitos com frutos da terra [que] serão levadas ao altar onde recebem a bênção para serem partilhados com a assembleia após a oração do Pai Nosso ecumênico".

Em outra notícia sobre a abertura desse evento, ficamos sabendo que Dom Moacyr Grechi abriu os trabalhos do Interecleial nesses termos: "Como irmãos e irmãs, unindo nossa voz ao grito da terra e das águas, no sopro do Espírito, declaramos aberto o 12º Intereclesial".

Tenho até medo de pensar qual seria esse "Espírito"...



Celebração de abertura do encontro das CEBs terá a marca dos povos da Amazônia - 21/07/2009 - 15:02

A equipe responsável pela liturgia do 12º Encontro Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base preparou uma grande celebração de abertura do evento, hoje às 19h (20h horário de Brasília), na praça Madeira Mamoré, em Porto Velho. Aberta a toda a população da capital de Rondônia, a cerimônia deverá durar uma hora e meia e será transmitia ao vivo pela Amazon Sat e pela rádio Caiari da arquidiocese de Porto Velho.

Dividida em quatro momentos, a celebração se destaca pela diversidade cultural e pela riqueza de símbolos. Logo no início, um indígena tocará sua flauta convocando os presentes para o silêncio, lembrando o silêncio da mata. Em seguida, começa a “composição dos povos da Amazônia”, quando serão convocados os indígenas, os quilombolas, os ribeirinhos e velhos posseiros e os seringueiros extrativistas. Serão convocados ainda os garimpeiros, colonos e urbanos, além dos bolivianos e colombianos, povos de fronteira. Cada um destes grupos entrará com algum instrumento típico de sua cultura ou de seu trabalho.

Terminada a composição dos povos da Amazônia, tem início o rito da luz quando serão acesas três tochas, uma dos indígenas, outra dos seringueiros, chamada poronga, e, por último, a tocha da migração. Destas tochas é que sairá a luz para acender a vela de todos os que estiverem na praça.

Ao final deste rito, o arcebispo de Porto Velho, dom Moacyr Grechi faz a saudação inicial e começa a apresentação dos 3 mil delegados e convidados do Intereclesial. Em primeiro lugar serão os 38 povos indígenas, depois os representantes dos 17 Regionais da CNBB e, finalmente, os países presentes. Cada grupo apresentará um painel lembrando sua região, segundo o tema do encontro: “CEBs, Ecologia e Missão – do ventre da terra, o grito da Amazônia”.

Haverá ainda, neste primeiro momento, uma breve memória de todos os encontros intereclesiais. Neste instante, um trem, que está na praça onde acontece a celebração, dará um apito (as lideranças das CEBs usam a imagem do trem para dizer que as Comunidades de Base são uma grande locomotiva cujos vagões são os intereclesiais). Neste instante, dom Moacyr proclamará a abertura oficial do 12º Intereclesial de CEBS em Porto Velho.

A cerimônia prossegue com a proclamação das leituras bíblicas, seguida da homilia proferida por dom Moacyr. A bênção da água e a aspersão do povo pelos ribeirinhos encerram o segundo momento da cerimônia.

Um segundo toque da flauta indígena anuncia o terceiro momento da celebração, convocando para a ação de graças. Cestas indígenas carregadas de bombons feitos com frutos da terra serão levadas ao altar onde recebem a bênção para serem partilhados com a assembleia após a oração do Pai Nosso ecumênico.

A celebração se encerra com a bênção dada a toda a assembleia por dom Moacyr, que convidará os povos da Amazônia a levarem a paz à multidão.

Fonte: CNBB

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Incoerência

Vejam só, nesse caso a justiça se viu no dever de defender a vida da criança no ventre materno!

Ué, mas então existe ali uma pessoa que goza do direito consitucional à vida?

Por que, então, em outros casos a justiça não protege a criança? Ao contrário, autoriza seu assassinato? Ou nem reconhece que ali existe uma vida, mas apenas "algo" que a qualquer momento pode ser "retirado".

E não é a mulher a "dona de seu corpo", que pode fazer com ele o que bem entender? Inclusive "retirar" uma criança que traz em seu ventre caso ela não "agrade"?

Como, então, a justiça ousa ivadir a jurisprudência da mulher e legislar sobre aquela criança que ainda estava no ventre materno? Determinando que ela, por questão de segurança da mesma, não pertencia mais à mãe.

Questões que me ocorreram ao ler a notícia abaixo...



Nova Friburgo: outra mãe perde a guarda do filho antes de nascer


Criança nasceu no último dia 8 e está num abrigo.Mãe alega ter condições de ficar com o filho.

Outra mulher grávida mulher grávida perde judicialmente a guarda do filho antes mesmo dele nascer. Ela é acusada de mendigar com seus filhos nas ruas de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, perdeu a guarda de seu bebê antes mesmo dele nascer. A decisão foi do juiz da Vara da Infância e da Juventude da cidade, Marcos Vinícius Miranda Gonçalves. As informações são do Ministério Público.

O bebê nasceu no último dia 8 e ficou na maternidade até a última sexta-feira (17). O juiz Marcos Vinícius determinou que fosse realizado um estudo para verificar a possibilidade de adoção da criança. No entanto, o Tribunal de Justiça reformou a decisão do juiz, que manteve a suspensão da guarda da mãe, mas encaminhou o bebê para um abrigo.

“Ela já tinha uma ação para destituição do poder familiar dos outros filhos. Quando soubemos que estava grávida de novo, pedimos a inclusão da criança no processo. Ela já foi vista inúmeras vezes alcoolizada na rua, mendigando com as crianças. A pessoa continua com a mesma rotina que já foi prejudicial aos outros filhos. O pedido foi feito antes do nascimento para evitar que ela saísse da maternidade e desaparecesse”, contou a promotora Simone Gomes de Souza.

Mãe alega que pode ficar com a criança

De acordo com a promotora, o TJ também pediu que fosse realizado um estudo para verificar se realmente família da mãe biológica teria condições de ficar com a criança.Segundo ela, a mãe alega ter condições de ficar com o bebê.

“No processo, a mãe alegou que esse pai era diferente do das outras e teria condições de exercer o poder familiar, com o auxílio de uma tia paterna, que ficaria com a guarda. O tribunal suspendeu a decisão anterior antes mesmo da realização de um estudo para ouvir essa tia e ver se isso era realmente possível, e a criança foi para o abrigo”, explica a promotora Simone, acrescentando que a própria defensoria recorreu da decisão de deixar o bebê abrigado.

Cidade teve caso polêmico este mês

De acordo com a promotora, um outro caso polêmico, decidido pelo mesmo juiz, mobilizou o Ministério Público da cidade este mês e já está em fase de recurso.

“Poucos dias depois, nasceu o bebê de uma mãe igualmente complicada, o juiz determinou a suspensão do poder familiar, mas, sem mesmo haver processo, determinou a entrega da criança a um casal habilitado (a adotar) e a autorização para esse casal registrá-lo”, conta a promotora Simone Gomes de Souza.

Fonte: G1

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Camisinha só oferece proteção parcial contra herpes, diz estudo

Pois é, já está comprovado que a camisinha não é 100% eficaz contra a AIDS, agora esse estudo afirma que ela oferece somente 30% de proteção contra a Herpes.

Até quando as pessoas se deixarão enganar por esse pedacinho de borracha?




Camisinha só oferece proteção parcial contra herpes, diz estudo

Quem usa preservativo pode pegar doença em área exposta da pele.

No entanto, proteção ainda é 30% maior com a camisinha.

Usar camisinha sempre pode ajudar a impedir a transmissão da herpes genital - mas apenas parcialmente, afirma um estudo na revista especializada "Archives of Internal Medicine". Quem utiliza preservativo tem 30% menos chance de adquirir a doença, embora não esteja totalmente protegido.

"É o uso constante de camisinhas que é importante", afirma Emily T. Martin, da Universidade de Washington em Seattle (EUA). "30% é proteção parcial, mas ainda assim é proteção", diz ela.

A herpes genital é causada pelo vírus HSV-2 e pode levar a erupções dolorosas na região dos órgãos sexuais. O tratamento para impedir esses sintomas e para suprimir o vírus existe -- mas, uma vez infectada, a pessoa carregará o HSV-2 pelo resto da vida.

Martin e seus colegas compararam dados de seis diferentes estudos sobre a incidência do HSV-2, totalizando 5.384, para verificar o efeito do uso da camisinha sobre a prevenção. Desse total de pessoas, 415 tinham contraído a doença após um ano. Os pesquisadores verificaram que o sexo sem proteção favorecia a incidência do vírus, mas também viram que é possível ser infectado mesmo com preservativo, porque o contato da pele infectada com a pele sadia pode ocorrer em áreas que não estão cobertas pela camisinha.

Fonte: G1 - Ciência e Saúde

terça-feira, 7 de julho de 2009

CARITAS IN VERITATE


Publicada a nova Encíclica do Papa Bento XVI, CARITAS IN VERITATE. Como já era de conhecimento geral, trata de temas sociais.


terça-feira, 23 de junho de 2009

Contra a Igreja vale qualquer coisa

Outro dia, enquanto tomava um café na cantina da faculdade onde curso pós-graduação, ouvia um colega de curso fazer alguns comentários de cunho religioso para outra colega. O sujeito, já de meia idade, é até bastante culto mas afeito a "espiritualidades".

Até então não dava muito atenção à conversa...

Em determinado momento, após uma pausa, o sujeito recomeça seu discurso dizendo: "Eu, por exemplo, ODEIO A IGREJA CATÓLICA" (coloco em maiúsculas para ressaltar a ênfase que ele deu nessas palavras).

Aí eu já dei uma passo para o lado deles e prestei uma pouco mais de atenção à conversa. Ele notou minha aproximação, e sabe que sou católico.

Continuou com uma série de sandices...

"A Bíblia é um livreco de história.."
"A Igreja é interesseira..."
"Jesus nunca foi crucificado..."


Quando ele soltou essa sobre Nosso Senhor eu intervi: "Isso é opinião tua..."

Num primeiro momento ele pareceu ter se surpreendido com minha intervenção, mas insistiu: "Existem registros em livros disso, e só uma pessoa tinha conhecimento desses livros: o papa João XXIII. Sim, porque esse papa era sábio. Esses dois aí... esse que morreu agora e o atual, são dois tolos, dois bobos."

Retruquei: "Meu caro, sinceramente? O único tolo nessa história é você! Primeiro que você não está falando de qualquer 'Zé Mané', mas de dois homens de reconhecida sabedoria e inteligência por católicos e não católicos. E tem mais, tú anda lendo muito Dan Brown. Acreditar nessas histórinhas é coisa pra criança... Como acreditar numa história dessas? Só João XXIII tinha conhecimento desses supostos livros que provavam que Jesus não foi crucificado? Faça-me o favor..."

Ele não se deu por vencido e continuou com imponência: "Sim, pois há muito interesse por trás de tudo isso! A Igreja na verdade é uma farsa, é uma interesseira que vendia lugares no céu. A Bíblia é uma fraude. Olha, por cima eu poderia te apresentar uma 150 contradições nesse livro".

Como essa das contradições é lorota antiga e já refutada, não hesitei: "Pois eu te desafio a me apresentar essas contradiçoes!"

E ele já tinha uma: "Eu não concebo um livro que pregue 'amor ao próximo' em uma página para logo em seguida ensinar o 'dente por dente olho por olho'"

Me segurei para não rir... "Primeiro que você já erra na ordem cronológica, 'amar ao próximo' está beeeeeem depois da Lei de Talião. Segundo... Você sabe o que é exegese? Você sabe o que é hermenêutica? Ou seja, sabe como se estuda a Bíblia? E tem mais, você já parou para analisar o contexto de cada uma desses ensinamentos? Você sabe qual era a missão de Cristo?"

Ele arregou: "Deixa pra lá... Não vou ficar aqui discutindo com você... Todo mundo sabe que futebol, política e religião não se discute"

Adoro quando dizem isso... "Se discute sim! Todo mundo fala de política e futebol. E eu adoro discutir sobre política, futebol e principalmente religião!"

Ele encerrou: "Vou indo..."


Surpreendeu-me muito os "argumentos" do sujeito. Já tinha conversado brevemente com ele sobre assuntos religiosos, e sempre me pareceu ter bem fundamentadas suas crenças e descrenças, pois lê muito. E aí me vem com essas conversinhas furadas sobre a Igreja?

Ele ainda insinuou que eu era um simples produto de educação religiosa familiar. Mal sabe ele que passei minha adolescência longe da Igreja e voltei através dos estudos (na época eu queria provar para um amigo protestante que ele estava errado). E foram esses mesmos estudos que quase me afastaram da Igreja novamente, pois eu levantava muitos questionamentos que nem sempre eu achava respostas facilmente (há 10 anos atrás eu não tinha acesso fácil à internet).

É interessante como alguém que fala tanto na "razão", cai numa historieta dessa sobre esse tal livro que só João XXIII conhecia...

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Ano Sacerdotal





Carta do Sumo Pontífice Bento XVI para a proclamação de um Ano Sacerdotal por ocasião do 150º aniversário do dies natalis do Santo Cura d'Ars

Através desta carta, o Santo Padre abre hoje o Ano Sacerdotal. Mais uma vez, com muita sabedoria, Bento XVI vai direto ao ponto!

Será um precioso tempo em que nós, leigos, com maior empenho deveremos rezar por nossos padres, para que sejam homens fiéis à Cristo e à Igreja, sejam santos!

Com efeito, não precisamos de padres-cantores, padres-animadores, padres-assistentes-sociais, padres-psicólogos, padres-politicos, etc... etc... etc... Precisamos, efetivamente, de padres-padres.

Padres que não se disfarçam de leigos, que ensinam a Verdade, celebram o Santo Sacrifício da Missa com piedade e zelo, que ministram com sabedoria o Sangue de Cristo no confessionário, que defendam com valentia a Esposa de Cristo.

Que São João Maria Vianney, modelo de sacerdote, interceda por todos nós!

Rezemos pelos sacerdotes!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Rabino defende canonização de Pio XII


Por que será que boa parte dos defensores de Pio XII são justamente judeus?




Rabino defende canonização de Pio XII

No prólogo de um livro

Por Antonio Gaspari

ROMA, segunda-feira, 15 de junho de 2009 (ZENIT.org).- É um rabino americano. Até setembro de 2008, ele teve dúvidas sobre a idoneidade de Pio XII para sua beatificação, e agora reza pelo pontífice e propõe reconhecer o Papa Eugenio Pacelli como santo.

Ele o explica no prólogo do último livro de Sor Margherita Marchione, “Papa Pio XII. Un antologia di testi nel 70 anniversario dell'incoronazione” (Papa Pio XII. Uma antologia de textos no 70º aniversário da coroação), editado em italiano e em inglês pela Livraria Editora Vaticana.

O rabino Erich A. Silver, do Templo Beth David, em Cheshire, responsável pela melhoria das relações entre o Judaísmo e a Igreja Católica, explica as causas da sua mudança de opinião.

“Eu achava que ele poderia ter feito mais”, escreveu Silver no prólogo do livro. “Eu queria saber se realmente havia um colaborador, um antissemita passivo, enquanto milhões eram assassinados, alguns à vista do Vaticano.”

“Então – relata o rabino – em setembro de 2008, vim a Roma, convidado por Gary Krupp, para participar de um simpósio organizado por Pave The Way Foundation, no qual se estudaria o papel de Pio XII durante o Holocausto.”

Naquela ocasião, o rabino Silver conheceu Sor Marchione e outras 50 pessoas, entre rabinos, sacerdotes, estudiosos e jornalistas que haviam estudado e investigado a fundo sobre o tema.

Para Silver, aquele simpósio foi um choque, e assim escreve: “As provas que eu vi me convenceram de que sua única motivação (de Pio XII) foi salvar todos os judeus que ele pudesse”.

A imagem negativa de Pio XII, segundo Silver, começou com a publicação do jornal “O Vigário”, com a difusão de mentiras e com o hábito de não investigar os fatos históricos.

Assim, muitas pessoas foram convertidas em “instrumento dos que detestavam Pio XII porque sempre foi anticomunista”, explica.

“Vale destacar que, depois do fim da guerra e até sua morte, os judeus o elogiaram continuamente, reconhecendo-o como salvador”, acrescenta.

E o rabino afirma: “Eu espero que a canonização de Pio XII possa acontecer sem problemas, para que não somente os católicos, mas o mundo inteiro possa conhecer o bem realizado por esse homem de Deus”.

Na parte final de sua introdução ao livro, Silver recorda que no 50º aniversário da morte de Pio XII, no sermão de Yom Kippur, “eu falei da necessidade de corrigir os erros do passado”.

“Depois de tudo, Eugenio Pacelli é um amigo especial de Deus, um santo; cabe a nós reconhecer este fato”, recorda.

Entrevistada por Zenit, Sor Margherita Marchione, conhecida como Fighting Nun (a freira lutadora) e autora de outros 15 livros sobre a figura de Pio XII, recorda seu encontro com o Papa Pacelli em 1957, em uma viagem à Itália para investigar sobre o poeta Clemente Rebora.

Para Sor Margherita, Pio XII é a maior personalidade da época da 2ª Guerra Mundial.

“Este Papa, no silêncio e no sofrimento, sem armas nem exército, conseguiu salvar muitas vidas humanas e aliviar muitas penas: esta é a verdade histórica”, afirma.

Sor Margherita demonstrou que Pio XII foi inimigo acérrimo do nazismo e do comunismo.

Sobre sua relação com os judeus, Sor Margherita pôde demonstrar que “Pio XII salvou mais judeus que qualquer outra pessoa, inclusive Oskar Schindler e Raoul Wallemberg”.

E explica: “Durante a guerra, Pio XII fez mais que qualquer outro chefe de Estado, como os presidentes dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt ou Winston Churchill, que podiam servir-se de meios militares”.

“O único chefe de Estado que salvou milhares de judeus foi Pio XII, que não tinha meios militares”, acrescenta.

E conclui: “Por este motivo, Pio XII merece ser reconhecido como beato”.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A Igreja é inimiga da ciência?

Vaticano reativará super acelerador de partículas


Agência ANSA


GENEBRA - O Vaticano negocia uma parceria entre seu laboratório de astronomia, o La Specola, e o Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern), para reativar o acelerador de partículas LHC no segundo semestre deste ano.

O cardeal Giovanni Lajolo, presidente da Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano, visitou o Cern, em Genebra, nos últimos dias. Ele se reuniu com o diretor-geral do centro, Rolf Heuer.

- O conhecimento sobre a origem do universo não pode deixar de interessar também a quem lida com as relações entre a fé e a razão - explicou o sacerdote.

O LHC, maior acelerador de partículas do mundo, foi colocado em funcionamento no dia 10 de setembro do ano passado, mas teve de ser desativado nove dias depois.

O equipamento apresentou um problema em um de seus supercondutores, que tinha a função de conduzir as partículas ao longo de seus 27 quilômetros.

O custo final para reparar o defeito é estimado entre US$ 26 milhões e US$ 35 milhões, de acordo com a direção do projeto.

Calcula-se que o investimento feito ao longo dos 12 anos de construção do acelerador de partículas tenha sido de 3,76 bilhões de euros.


Fonte: http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/06/04/e040613416.asp

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Bíblia Edição Pastoral, por D. Estevão Bettencourt


Bíblia Sagrada. Edição Pastoral


Em síntese: A "Bíblia. Edição Pastoral", em tradução e notas de Ivo Storniolo e Euclides Balancin, não preenche a finalidade que se propõe. Inspirada por ideologia marxista, deturpa as concepções da história sagrada e da teologia; a leitura materialista aplicada ao texto sagrado torna a mensagem imanentista, fazendo-a perder o seu caráter transcendental. O Vocabulário do fim do volume e as notas de rodapé dão as chaves de interpretação dos livros bíblicos; a própria tradução portuguesa, num ou noutro ponto, deturpa o sentido do texto sagrado. Em conseqüência, deve-se lamentar a difusão de tal obra nos ambientes eclesiásticos do Brasil. A Pastoral não significa incitamento à luta de classes e às divisões entre os homens.


* * *


As Edições Paulinas publicaram uma nova tradução da Bíblia dita "Pastoral" (BP), acompanhada de notas de rodapé e Vocabulário, que vem suscitando perplexidade: há os que defendem tal edição, devida a Ivo Storniolo e Euclides Martins BalancÍn, como sendo "o livro ideal" (ver "Jornal de Opinião", 1-7/7/90. p. 3). Mas há também os que a impugnam com argumentos sérios, mostrando graves falhas na inspiração básica e na confecção de tal tarefa. O assunto já foi abordado em PR 337/1990, pp. 285s. Voltamos ao problema, aduzindo novas observações, provenientes, em grande parte, de D. João Evangelista Martins Terra S. J., Bispo Auxiliar de Olinda-Recife, Membro da Equipe Teológica do CELAM e da Pontifícia Comissão Bíblica.



1. Três observações básicas

A tradução do texto bíblico da Edição Pastoral é aceitável com algumas ressalvas, que indicaremos à p. 523s deste artigo. Todavia, as notas de pé de página e o Vocabulário, encontrado às pp. 1616-23, pretendendo dar a chave de leitura e interpretação da Bíblia, são alheios à Tradição bíblica judeo-cristã e distorcem a mensagem sagrada para o setor da ideologia sócio-político-econômica. Sem o perceber, o leitor desprevenido vai absorvendo uma concepção filosófica não cristã sob a capa de Palavra de Deus Isto se depreende facilmente desde que se dê um pouco de atenção ao Vocabulário dessa Edição.

1.1. O elenco do Vocabulário

Eis os principais verbetes que interessam aos estudos e ao linguajar bíblicos ou os principais vocábulos da mensagem bíblica tomada como tal: Aarão, Abel, Abraão, Ação de graças, Adão, Adoração, Adultério, Água, Alma, Anjo. . .

Bem diferentes são os verbetes do Léxico da Edição Pastoral dispostos segundo a ordem alfabética: Aliança, Alienação, Amor, Autoridade, Auto-suficiência. Campo, Celebração, Cidade, Comércio, Compaixão, Comunidade, Conflito, Consciência, Conversão, Corrupção, Dinheiro, Direito, Discernimento, Dominação, Educação, Encarnação, Escravidão, Esperança, Exploração, Fé, Fraternidade, Gratidão, Herança, História, Idolatria, Injustiça, Integridade, Javé, Jesus, Julgamento, Justiça, Lei, Liberdade, Libertação, Liderança, Lucro, Memória, . . . Poder, . . . Produção, Projeto de Deus, Prosperidade, . . . Repressão, . . . Riqueza, Roubo, Tributo, . . . Violência. . . Estes vocábulos têm sua repercussão nas notas de rodapé, inspirando uma doutrinação que já não é bíblica, mas preponderantemente marxista. Os próprios vocábulos tipicamente bíblicos que ocorrem no Léxico Pastoral, são esvaziados de seu conteúdo próprio e característico para assumir significação ideológica. Assim, por exemplo:

"Aliança: É o centro da Bíblia. Deus se alia com os pobres e oprimidos para construir uma sociedade e uma história voltadas para a vida".

Ora é de notar que a Aliança de Deus com os homens não começa na época dos pobres e oprimidos, mas é universal ou destinada a todos desde o início; o segundo Adão, Jesus Cristo, Mediador da nova e definitiva Aliança, tem sua imagem ou seu esboço no primeiro Adão, pai de toda a humanidade, conforme Rm 5,14; é com os primeiros pais que Deus trava a primeira Aliança, voltada para todos os homens, conforme Eclo 17,10.

"Amor: Mistério de Deus e do homem. Gera a relação de onde brotam a liberdade e a vida".

"Celebração: Reunião do povo para comemorar os fatos centrais da vida e conservar a lembrança dos acontecimentos que marcaram a caminhada do povo".

Este conceito se aplica às celebrações cívicas, não, porém, às celebrações litúrgicas, nas quais se torna presente e atuante a Páscoa (Morte e Ressurreição) de Jesus Cristo para fazer que os homens participem da obra da Redenção.

"Esperança: Dinamismo que mantém o povo aberto para realizar plenamente o projeto de Deus. A esperança leva o povo a buscar transformações econômicas, políticas, sociais e religiosas".

Silencia-se o objeto supremo da esperança cristã, que é a vida eterna com a visão de Deus face-à-face.

"Fraternidade: Relação igualitária, onde todos, como irmãos, podem participar das decisões que constróem a sociedade, e juntos usufruir dos bens que cada um produz".

"Javé: É o misterioso Deus vivo que se manifesta respondendo ao clamor dos pobres e oprimidos para os libertar dos exploradores e opressores. Ele é a fonte e a meta da liberdade e da vida. Por isto é aliado daqueles que buscam liberdade e vida, opondo-se a todas as pessoas e estruturas que produzem escravidão e morte".

"Justiça: Realização do projeto de Deus. A justiça se concretiza na partilha e na fraternidade, dirigindo-se a sociedade para a solidariedade e a paz. Exige, para todos, a distribuição igualitária dos bens e a possibilidade de participar das decisões que regem a vida e a história do povo. Na Bíblia a justiça é eminentemente partidária, visando a defender a causa dos indefesos".

Como se vê, os conceitos bíblicos são todos analisados em chave sócio-política, que supõe a luta de classes na sociedade.

Duas noções merecem especial atenção.

1.2. A Revelação

Eis como a apresenta o Vocabulário:

"Revelação: Manifestação de Deus através das realidades da vida e dos acontecimentos da história. Mostra o caminho que o povo deve seguir. Exige a atenção do homem, pois Deus está continuamente se revêlando".

O conceito de Revelação que até hoje se prolonga, é ambíguo. A fé católica distingue:

1) A Revelação de Deus normativa que manifesta o desígnio de Deus e os meios de salvação; encerra-se com Jesus Cristo, como diz a própria S. Es¬critura: "Outrora muitas vezes e de muitos modos Deus falou aos pais pêlos Profetas. No período final, em que estamos, falou-nos por meio do Filho" (Hb 1,1s).

2) Após Jesus Cristo, não há Revelação normativa; Deus proporciona "os sinais dos tempos", que reavivam no homem a consciência das verdades da fé, mas nada acrescentam de novo; estamos nos últimos tempos relativa¬mente à doutrina (cf. 1Jo 2,18).

O Papa Pio X condenou explicitamente a proposição modernista que dizia:


"A Revelação que constitui o objeto da fé católica, não se encerrou com os Apóstolos" (Denzinger-Schönmetzer. Enchiridion n° 3421 [2021}).

O Concílio do Vaticano II reafirmou a clássica doutrina:

"Jesus Cristo aperfeiçoa e completa a Revelação e a confirma com o testemunho divino de que Deus está conosco, . . A economia crista, como aliança nova e definitiva, jamais passará, e não há que esperar nova revelação pública antes da gloriosa manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo (cf. 1 Tm 6,14 e Tt 2,13)" (Const. Dei Verbum no 4).

Vê-se, pois, que o Vocabulário da Bíblia Pastoral está longe do genuíno pensamento católico.


1.3. Projeto de Deus

Todo o Vocabulário e as notas de rodapé são perpassadas pela noção de projeto de Deus, que dá o sentido aos demais verbetes. Ocorre mais de seiscentas vezes na Edição Pastoral, e até mesmo cinco ou seis vezes na mesma frase.

Ora "projeto de Deus" no contexto dessa obra não é uma noção teológica; não significa nem Providência nem desígnio de Deus, mas, sim, algo de tipicamente marxista, como se depreende a seguir:

"Projeto de Deus: Aliando-se aos que são marginalizados pelo sistema injusto. Deus entra na história com novo caminho: promover a liberdade e a vida para todos. Todavia esse projeto está sempre em conflito com o projeto das nações que alicerçam sua riqueza e poder sobre a escravidão e a morte do povo. A luta para manter vivo dentro da história o projeto de Deus é o ponto de honra do povo de Deus".

Como dito, a expressão "projeto de Deus" entra na composição de muitos outros verbetes do Vocabulário como um chavão ideológico. E is alguns espécimens:

"Comércio: Atividade econômica fundamental da cidade, destinada. . . a gerar lucro, exploração e riqueza. No projeto de Deus, o comércio é superado pela partilha e gratuidade".

"Conflito: Choque entre grupos que têm objetivos e interesses diferentes. Na Bíblia, o principal conflito aparece entre o projeto de Deus para a vida e os projetos da auto-suficiência, que geram a morte".

"Consciência: Compreensão que o povo tem da realidade, a partir do projeto de Deus. Ela demitiza a ideologia da classe dominante, e cria discernimento para se construir uma sociedade fundada na justiça e na fraternidade".

"Educação: Relação entre gerações (pais-filhos), na qual se transmite a memória das lutas do povo, a fim de que a nova geração aprenda com os erros e acertos de seus pais. Dessa forma, a nova geração poderá criar caminhos novos e alternativos para realizar o projeto de Deus na história. As tradições da Bíblia se conservaram graças a esse processo".

"Encarnação: Deus encarna-se na vida e na história humanas, mostrando o valor inestimável que elas têm diante dele. A coerência com a fé exige que nos encarnemos também para que o projeto de Deus transforme as estruturas políticas e econômicas, dirigindo a história para a liberdade e a vida".

"Propriedade: O direito de propriedade é sagrado, e o mundo deve ser igualitáriamente distribuído entre todos. A acumulação de propriedade, formando latifúndios, e a especulação imobiliária são contrárias ao projeto de Deus".

"Ressurreição: Passagem da morte para a vida. Não se refere apenas à morte física, mas a todas as mortes geradas por projetos contrários ao projeto de Deus".

"Sociedade: Grupo humano que realiza um projeto em comum, organizado em nível econômico, político, social g ideológico. Nem sempre a sociedade vive o seu projeto de acordo com o projeto de Deus, que provoca transformações profundas nas relações sociais".


Estes poucos espécimes mostram que a mensagem bíblica é toda repensada e posta estritamente a serviço de transformações sócio-político-econômicas imanentes, sem que haja acenos à transcendência para a qual devem caminhar o homem e a história. A justiça e a reta ordem social neste mundo são germens do Reino de Deus, que só estará consumado no fim dos tempos ou no Além, jamais no decorrer da história. O materialismo marxista é que julga poder prometer a plena realização das aspirações dos homens no decurso da história mediante a redistribuição dos meios de produção material.



2. A filosofia subjacente


Quem lê atentamente os verbetes do Vocabulário e as notas de rodapé da BP verifica que são devedores ao que se chama "a leitura materialista da Bíblia". Esta não nega Deus e os valores espirituais, mas julga que são "superestrutura" ou derivados da "infra-estrutura" ou do jogo dos bens materiais no curso da história. Com outras palavras: supõe que os fatores decisivos da história sejam de ordem material (econômica) e política; a procura de posse dos bens materiais e do poder moveria todos os acontecimentos da história e condicionaria a crença em Deus, o culto religioso e a definição das normas morais. Adotando teses do marxismo, os fautores da leitura materialista da Bíblia contrapõem entre si campo e cidade, como, aliás, fazem l. Storniolo e E. Balancin:

"Campo: É o polo fundamental da produção que sustenta a vida. É explorado pela cidade".

"Cidade: Lugar da riqueza e do poder, que se concentram na mão de poucos, produzindo conflitos, principalmente com o campo" (p. 1616).


Partindo destes conceitos, os autores das notas da BP comentam o texto bíblico de maneira artificial e deformante:

Assim, por exemplo, o livro do Gênesis refere que Lote se separou de Abraão, ficando aquele com as cidades, e este com os campos. A nota a Gn 13,1-18 diz então o seguinte: "Ló escolhe a região onde estão as cidades; assim ele entra no âmbito de uma estrutura que se sustenta graças á exploração e opressão do povo. Abraão, ao invés, fica aberto para uma história nova, fundada unicamente no projeto de Deus" (p. 26).

O comentário de Js 4,1-24 justifica a partilha da terra de Canaã pêlos filhos de Israel nos seguintes termos:

"Antes da instalação de Israel, Canas era um conjunto de cidades-Estado que oprimiam e empobreciam a população camponesa, através do sistema tributário. A conquista realizada por Israel derrotou esse sistema e implantou o sistema das doze tribos. . . , visando construir uma sociedade justa e igualitária. . . A nova geração deve ser educada a não voltar para trás, reproduzindo o sistema social injusto" (p. 244).

Vejam-se as notas paralelas:

"Só existe verdadeira paz guando se erradica completamente o sistema injusto que explora e oprime o povo" (p. 253).

"A conquista da terra. .. destroi um sistema classista injusto" (p. 255).

"As Cidades-Estado de Canaã justificavam a política opressora e exploradora dos seus reis" (p. 272).

"Sem poder mais explorar os camponeses e suas terras, tais cidades não conseguiram oferecer sacrifício. . . seus armazéns ficaram vazios por falta de trigo. Enquanto isso, os camponeses vitoriosos conseguiram livrar-se dos tributos e puderam gozar da fartura" f p. 274}.

"Para uma volta ao projeto de Javé, é necessário romper... o sistema opressor das cidades" (p. 276).


A leitura materialista da Bíblia, julgando que as cidades se enriquecem mediante o tributo cobrado dos camponeses, afirma que os templos religiosos vêm a ser centros econômicos e políticos nos quais se deposita o lucro resultante da exploração comercial e tributária. É por isto que na p. 1237 se lê em rodapé:

"No tempo de Jesus o templo (de Jerusalém) possui imensas riquezas e toda a cúpula governamental age a partir daí. Desse modo a casa de oração e ofertas a Deus se torna um imenso Banco e lugar de poder político. Em outras palavras, a religião se torna instrumento de exploração e opressão do povo".

Desnecessário é dizer que esta descrição fantástica do Templo no tempo de Jesus carece de toda base histórica. Esse Templo, devido ao rei Herodes, ainda estava em fase de acabamento na época de Jesus; as obras de decoração demoravam por falta de recursos, como descreve pormenorizadamente o historiador judeu contemporâneo de Jesus, Flávio José (Antigüidades Judaicas 15,380-425).

Pêlos mesmos motivos é despropositado o comentário feito «m rodapé a Mc 11,15 (expulsão dos vendilhões do Templo):

"Acusando e atacando o comércio existente dentro do Templo, Jesus retira as bases sobre as quais se apoiava toda uma sociedade. Com efeito era com esse comércio que se sustentava grande parte da economia do país. O gesto de Jesus mexe não só com um modo de vida religiosa, mas com toda uma estrutura que usa a religião para estabelecer e assegurar privilégios de uma classe e sustentar uma visão mesquinha de salvação. Por isso, os que se favorecem desse sistema, pensam em matar Jesus, mas temem o povo" (p. 1298).

Este comentário fica longe da realidade histórica. O que ocorria no tempo de Jesus, era o seguinte: como em todos os santuários (ou mesmo como em todos os lugares onde se aglomera muita gente), no Templo de Jerusalém acorriam, nos dias de festa, camelos e vendedores ambulantes que armavam suas bancas para vender alimentos, objetos para o culto (vítimas), lembranças ou para fazer o câmbio das moedas estrangeiras. Esses pequenos comerciantes prestavam serviço aos milhares de peregrinos que afluíam ao Templo nas grandes solenidades; mas o acúmulo de gente, com suas necessidades, dava ocasião propícia à ganância e à exploração. Entendem então que Jesus tenha reagido contra esses abusos; tal reação, porém, não teve, em absoluto, as proporções que a Bíblia Pastoral lhe atribui:

"Acusando e atacando o comércio existente no Templo, Jesus retira as bases sobre as quais toda uma sociedade se apoiava. De fato, era com esse comércio que se sustentava grande parte da economia do pais. O gesto de Jesus abala não apenas um sistema de vida religiosa, mas toda uma estrutura que usa da religião para estabelecer e assegurar privilégios de uma classe e para sustentar uma visão mesquinha de salvação. Jesus é apresentado como o rei legítimo, centro de nova aliança: ele. . . é aclamado pelas crianças como o Messias. Aqueles que são privados de apoio oficial e de poder, estão prontos para receber Jesus, enquanto as autoridades o rejeitam" (p. 1267).

Eis alguns espécimens da leitura materialista realizada pêlos responsáveis da BP. Não se encontra nesta alguma alusão aos Santos Padres, à Tradição e ao Magistério da Igreja; o que aí se incute, é a perspectiva de uma sociedade estruturada segundo o marxismo e não a imagem do Reino de Deus em demanda de sua consumação escatológica.

"Mc 8,27-33: A ação messiânica de Jesus consiste em criar um mundo plenamente humano, onde tudo é de todos e repartido entre todos. Esse messianismo destrói a estrutura de uma sociedade injusta, onde há ricos à custa de pobres, e poderosos à custa de fracos. Por isto, essa sociedade vai matar Jesus antes que ele a destrua".

É este o comentário a uma passagem evangélica que fala da morte e ressurreição de Jesus. Estas são simplesmente silenciadas pêlos comentadores, como se não tivessem, antes do mais, importância transcendental.

Além de se ressentir de inspiração ideológica marxista, a Edição Pastoral comete seus erros teológicos e exegéticos, como se verá a seguir.


3. Erros doutrinários

1. No tocante à vida póstuma, os autores das notas parecem professar a ressurreição dos corpos logo após a morte do indivíduo, em desacordo com a doutrina oficial da Igreja e dos textos da própria Bíblia. Com efeito, eis o que se lê à p. 1476:

"Em Corinto alguns pensam que, depois da morte, a alma imortal continua vivendo sozinha. . . Outros pensam que tudo termina com a morte. . . Paulo mostra que ambas as opiniões são contrárias ao núcleo da fé crista".

Na verdade, a própria S. Escritura (ou o próprio São Paulo) professa a sobrevivência da alma sem o corpo, ficando a ressurreição da carne reservada para o fim dos tempos. Ver, por exemplo:

1Cor 15, 22-24a: "Assim como todos morrem em Adão, em Cristo todos receberão a vida. Cada um, porém, em sua ordem: como primícias, Cristo; aqueles que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda (parusia). A seguir, haverá o fim".

1Ts 4,16s: "Quando o Senhor, ao sinal dado, à voz do arcanjo e ao som da trombeta divina, descer do céu, então os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; em seguida, nós, os vivos que estivermos tá, seremos arrebatados com eles nas nuvens para o encontro com o Senhor nos ares".

Estes dois textos situam a ressurreição dos mortos no momento da parusia ou da segunda vinda de Cristo. — Entre a morte do corpo e a ressurreição no fim dos tempos, a alma separada do corpo goza da sua sorte eterna (bem-aventurada, se d pessoa morreu em graça):

2Cor 5,8: "Estamos cheios de confiança, e preferimos deixar a mansão deste corpo para ir morar junto do Senhor".

Fl 1,23: "Meu desejo é partir e estar com Cristo, pois isto me é muito melhor".

Lc 23, 43: Disse Jesus ao bom ladrão pouco antes de morrer: "Em verdade eu te digo: Hoje estarás comigo no paraíso".

A Congregação para a Doutrina da Fé explicitou esta doutrina numa Instrução datada de 17/05/1979, onde se lê:

"... 3) A Igreja afirma a sobrevivência e a subsistência, depois da morte, de um elemento espiritual, dotado de consciência e de vontade, de tal modo que o 'eu humano' subsista, mesmo sem corpo. Para designar esse e/emento, a Igreja emprega a palavra 'a/ma', consagrada pelo uso que de/a fazem a Sagrada Escritura e a Tradição. Sem ignorar que este termo é tomado na Bíblia em diversos significados. Ela julga, não obstante, que não existe qualquer razão séria para o rejeitar e considera mesmo ser absolutamente indispensável um instrumento verbal para sustentara fé dos cristãos.. .

5) A Igreja, em conformidade com a Sagrada Escritura, espera a gloriosa manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, que Ela considera como distinta e diferida em relação àquela condição própria do homem imediatamente depois da morte.

6) A Igreja, ao expor a sua doutrina sobre a sorte do homem após a morte, exclui qualquer explicação que tirasse o sentido à Assunção de Nossa Senhora naquilo que ela tem de único; ou seja, o fato de ser a glorificação corporal da Virgem Santíssima uma antecipação da glorificação que está destinada a todos os outros eleitos".


2. Algumas vezes as notas de rodapé da BP, de índole histórica, são derivadas da Bíblia de Jerusalém. Mas nem sempre de modo inteligente. Assim, por exemplo, no comentário de Ex 23,14-19 a Bíblia Pastoral repete o mesmo erro que já ocorria na Bíblia de Jerusalém em português, afirmando que a festa das Semanas era celebrada durante sete semanas ou cinqüenta dias (p. 96). Ora a Festa das Semanas, chamada Pentecostes em grego, era celebrada cinqüenta dias após o começo da colheita, como explicam Dt 16,9 e Lv 23,16, mas não durava cinqüenta dias; durava um dia apenas!

3. A BP traduz 1Cor 7, 36-38 nos seguintes termos:

"Se alguém, transbordando de paixão, acha que não conseguirá respeitar a noiva, e que as coisas devem seguir o seu curso, faça o que quiser. Não peca; que se casem. Ao contrário, se alguém, por firme convicção, sem constrangimento e no pleno uso de sua vontade, resolve respeitar a sua noiva, está agindo bem. Portanto, quem se casa com sua noiva faz bem; e quem não se casa, procede melhor ainda".

Ora o texto grego original fala de virgem (parthénos), e não de noiva (nymphe). A tradução clássica é apresentada pela Bíblia de Jerusalém:

"Se alguém julga agir de modo inconveniente para com a sua virgem, deixando-a passar da flor da idade, e que portanto deve casá-la, faça o que quiser; não peca. Que se realize o casamento! Mas aquele que, no seu coração, tomou firme propósito, sem coação e no pleno uso da própria vontade, e em seu íntimo decidiu conservar a sua virgem, esse procede bem. Portanto, procede bem aquele que casa a sua virgem; e aquele que não a casa, procede melhor ainda".

Em nota a Bíblia de Jerusalém alude à tradução adotada pela BP como sendo pouco habitual. A BP prefere a nova maneira de traduzir, sem dar informações sobre o seu caráter muito hipotético.


4. Conclusão

É louvável a intenção de tornar o texto bíblico acessível e compreensível ao maior número possível de leitores. Isto, porém, não significa incutir determinada opção ideológica, de mais a mais que a ideologia marxista se apresenta ao mundo de hoje como fracassada e ultrapassada. A Justiça Social é sumamente desejável, sim; ela decorre da própria mensagem bíblica que a Doutrina Social da Igreja, através das encíclicas papais, vem desenvolvendo e aplicando aos nossos tempos. A Igreja não precisa de recorrer a sistemas heterogêneos para propor aos homens a autêntica mensagem da salvação.

Notemos a grande responsabilidade que toca a tradutores e editores da Bíblia: a linguagem do texto sagrado penetra e forma a mentalidade do povo que a lê. A tradução de Lutero plasmou a língua alemã. Permita Deus que a sua santa Palavra não sirva de instrumento para levar o povo cristão à deterioração e a desvios da fé!

E. B.
(D. Estêvão Bettencourt O.S.B.)

A Eucaristia na vida do sacerdote - Dom Fernando Guimarães


Se estamos sempre dispostos a criticar os erros, devemos também sempre elogiar os acertos.

Dom Fernando Guimarães, bispo de Garanhuns, está se destacando dentro do espiscopado brasileiro pela sua ortodoxia, piedade e coragem em pregar a Verdade.

Ainda na Quaresma, ele proibiu "definitiva e peremptoriamente a celebração das assim chamadas “confissões comunitárias” no território da Diocese de Garanhuns" (NOTA SOBRE CONFISSOES COMUNITARIAS - nº 3). Já é bem sabido que tal confissão é proibida pela Igreja, mas o fato de ocorrerem até com certa frequência em muitos lugares, merece realmente um atitude dos pastores; e Dom Fernando o fez!

Por ocasião da Quinta-Feira Santa este digno Sucessor dos Apóstolos publicou uma Carta Pastoral aos sacerdotes e seminarista de sua diocese. A carta é um primor de ortodoxia e piedade. Vale a pena a leitura.

Que Deus nos dê a graça de termos muitos bispos como Dom Fernando!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Índice bíblico contra os erros protestantes

A Bíblia traduzida para o português pelo Pe. Matos Soares é considerada por muitos como a melhor versão das Sagradas Escrituras para nossa língua. É traduzida diretamente da Vulgata de São Jerônimo, tem excelentes e ortodoxas notas de rodapé, além de um interessantíssimo índice de citações bíblicas contra os erros dos protestantes.

Infelizmente a Bíblia do pe. Matos Soares não é mais publicada, só sendo possível encontrá-la em sebos.

Há alguns anos atrás digitei esse índice no computador, mal me lembrava disso. Numa conversa no Orkut sobre Bíblia, foi solicitado esse índice a quem o tivesse. Lembrei-me desse e fui revirar meu computador.

Consegui encontrar, segue o referido índice.



TEXTOS DA BÍBLIA QUE CONSTITUEM O DOGMA CATÓLICO
CONTRA OS ERROS PROTESTANTES

Pe. Matos Soares




Absolvição

· O poder de dar a absolvição prometido e concedido aos pastores da Igreja: Mt 16, 19; 18, 18; Jo 20, 22-23.


Anjos

· Somos confiados à sua guarda: Mt 18, 10; Hb 1, 14; Ex 23, 20-21; Sl 90, 11-12;.
· Oferecem as nossas orações: Ap 8.
· Rogam por nós: Zc 1,12.
· Estamos em comunhão com eles: Hb 12, 22.
· Foram venerados pelos servos de Deus: Js 5, 14-15.
· Também foram invocados: Gn 48, 15-16; Os 12, 4; Ap 1, 4.


Batismo

· É ordenado por Jesus Cristo: Mt 28, 19.
· Necessário para a salvação: Jo 3, 5.
· Administrado pelos Apóstolos com água: At 8, 36-38; 10, 47-48.
· Além disto: Ef 5, 26; Hb 10, 22; 1Pd 3, 20-2.
· Quanto ao batismo das crianças: Lc 18,16 comparado com Jo 3, 5


Chefes ou governadores da Igreja e a sua autoridade

· Dt 18, 8-9; Mt 18, 17-18; 28, 18-20; Lc 10, 16; Jo 14, 16-17-26; 16, 13; 20, 21; Ef 4, 11-12; Hb 13, 7-17; 1Jo 4, 6.


Cristo (Jesus)

· É o Filho unigênito de Deus, o verdadeiro Filho de Deus por natureza, o único gerado de Deus: Mt 16, 16; Jo 1, 14; 3, 16-18; Rm 8, 32; 1Jo 4, 9.
· O mesmo Deus que seu Pai e igual a Ele: Jo 5, 18-19-23; 10,30; 14, 9s; 16, 14-15; 17, 10; Fl 2, 5-6;
· Verdadeiro Deus: Jo 1, 1; 20, 28-29; At 20, 25; Rm 9, 5; Tt 2, 13; 1Jo 3, 16; 5, 20; além disto: Is 9, 6; 35, 4-5; Mt 1, 23; Lc 1, 16-17; Hb 1, 8.
· É o criador de todas as coisas: Jo 1, 3-10-11; Cl 1, 5-16-17; Hb 1, 2-10-12; 3, 4.
· O Senhor da Glória: 1Cor 2, 8.
· O Rei dos reis e Senhor dos senhores: Ap 17, 4; 19, 16.
· O primeiro e o último, o alfa e o ômega, o princípio e o fim, o Onipotente: Ap 1, 8-17; 22, 12-13.
· Morreu por todos: Jo 3, 13-17; Rm 5, 18; 2Cor 5, 14-15; 1Tm 2, 3-6; 4, 10; Hb 2, 9; 1Jo 2, 1-2; também pelos condenados: Rm 14, 15; 1Cor 8, 11; 2Pd 2,1.


Comunhão

· Sob uma só espécie é suficiente para a salvação: Jo 6, 55-57-58.
· O Corpo e o Sangue de Jesus Cristo são agora inseparáveis: Rm 6, 9.
· Menção de uma espécie unicamente: Lc 24, 30-31; At 20, 7; 1Cor 10, 17.


Concílios da Igreja

· São assistidos por Cristo: Mt 18, 20; e pelo Espírito Santo: At 15, 28.
· Seus decretos devem ser cuidadosamente observados pelos fiéis: At 15, 41; 16, 4.


Confissão dos pecados

· Confessar os pecados: Nm 5, 6-7; Mt 3, 6; At 19, 18; Tg 5, 16.
· A obrigação da confissão é uma conseqüência do poder judiciário de atar e desatar, de reter os pecados, dada aos pastores da Igreja de Cristo: Mt 18, 18; Jo 20, 22-23.


Confirmação

· Foi administrada pelos apóstolos: At 8, 15-17; 19, 6; 2Cor 1, 21-22; Hb 6, 2.


Continência

· É possível: Mt 19, 11-12.
· O voto que se faz obriga: Dt 23, 21.
· A transgressão do voto é condenável: 1Tm 5, 12.
· A prática é recomendada: 1Cor 8, 8-27-37-38-40.
· Quanto aos motivos que respeitam particularmente ao clero: 1Cor 7, 32-33-35.


Escritura Sagrada

· É difícil de compreender, e muitos lhe dão, hoje em diante, este sentido para sua própria perdição: 2Pd 3, 16.
· Não deve explicar-se por uma interpretação particular: 2Pd 1, 20.
· É alterada pelos hereges: Mt 19, 11.


Espírito Santo

· Sua divindade: At 5, 3-4; 28, 25-26; 1Cor 2, 10-11; 6, 11-19-20; vide também: Mt 12, 31-32.
· A fórmula do Batismo: Mt 28, 19-20.
· Procede do Pai e do Filho: Jo 15, 26.


Eucaristia

· A presença real do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo, e a transubstanciação provadas por: Mt 26, 26; Mc 14, 22-24; Lc 22, 19; Jo 6, 51-52s; 1Cor 10, 16; 11, 21-24-25-27-29.


Unção dos Enfermos

· Tg 5, 14-15.




· A verdadeira fé é necessária à salvação: Mc 16, 16; At 2, 47; 4, 12; Hb 11, 6.
· A fé sem as boas obras é uma fé morta: Tg 2, 14-17-20.
· A fé só não justifica: Tg 2, 24.
· Mas a fé obrando pela caridade: Gl 5, 6.
· A fé não implica a certeza absoluta do estado de graça, e muito menos ainda da salvação eterna: Rm 11, 20-22; 1Cor 9, 27; 10, 12; Fl 2, 2; Ap 3, 11.


Igreja (a) de Jesus Cristo

· Existirá para sempre: Mt 16, 18; 28, 20; Jo 16, 16-17; Sl 47, 9; 71, 5-7; 88, 3-4-20-36-37; 131, 13-14; Is 9, 7; 54, 9-10; 59, 20-21; 60, 15-18s; 62, 6; Jr 31, 21-26; 33, 17s; Ez 37, 21-26; Dn 2, 44.
· A Igreja é o Reino de Cristo: Lc 1, 33; Dn 2, 44.
· A cidade do grande Rei: Sl 47, 2.
· Seu descanso e sua habitação para sempre: Sl 131, 13-14.
· A casa de Deus vivo: 1Tm 3,15.
· O aprisco da qual Cristo é o pastor: Jo 10, 13.
· corpo da qual Cristo é a cabeça: Cl 1, 18; Ef 5, 23.
· A esposa da qual é o esposo: Ef 5, 31-32.
· Está sempre sujeita a Ele e sempre amada e fiel para com Ele: Ef 5, 24.
· Sempre amada e querida dEle: Ef 5, 25-29.
· E unida a Ele por uma união indissolúvel: Ef 5, 31-32.
· A Igreja é a coluna e o fundamento da verdade: 1Tm 3, 15.
· O pacto de Deus com Ela é uma pacto de paz: Ez 37, 26.
· Pacto confirmado por um juramento solene, imutável como aquele que fez com o Patriarca Noé: Is 54, 9.
· Como o que fez com o dia e com a noite por todas as gerações: Jr 33, 20-21.
· Deus será sua eterna luz: Is 60, 18-19.
· Todos os que se juntarem contra Ela cairão, e a nação que a não queira servir perecerá: Is 60, 12-15-17.
· A Igreja é sempre uma: Ct 6, 9; Jo 10, 16; Ef 2, 23; Mq 4, 12; Mt 5, 14.
· Estende-se por toda a parte e ensina um grande número de nações: Sl 2, 8; 21, 28; Is 49, 6; 54, 1-3; Dn 2, 35-44; Ml 1, 11s.
· A Igreja é infalível em matéria de fé, é uma conseqüência das promessas divinas que lhe têm sido feitas; vide em particular: Mt 16, 18; 28, 19-20; Jo 14, 16-17-26; 16, 13; 1Tm 3, 14-15; Is 35, 8; 54, 9-10;


Imagens

· Recomendadas por Deus: Ex 25, 18s; Nm 21, 8-9.
· Colocada dos dois lados do propiciatório no Tabernáculo: Ex 37, 7.
· E no templo de Salomão: 2Cr 3, 10-11; 3Rs 6, 23.
· E isto por um mandamento divino: 1Cr 28, 18.
· Veneração relativa às imagens de Jesus Cristo e dos Santos autorizada: Hb 11, 21; vide também: 2Rs 6, 12-16; 2Cr 5, 2s; Sl 98, 5; Fl 2, 10.


Indulgências

· Poder de as conceder Mt 16, 18-19.
· Uso deste poder: 2Cor 2, 6-8-10.


Inferno

· Eternidade das penas: Mt 3, 12; 25, 41-46; Mc 9, 43-46-48; Lc 3, 17; 2Ts 1, 7-9; Jd 6-7; Ap 14, 10-11; 20, 10; vide igualmente: Is 33, 14.


Jejum

· É recomendado na Escritura: Jl 2, 12.
· Praticado pelos servos de Deus: Esd 8, 23; 2Esd 1, 4; Dn 10, 3-7-12s.
· Leva Deus a usar de misericórdia: Jn 3, 5s.
· É de grande eficácia contra demônio: Mc 9, 28.
· Deve ser observado por todos os filhos de Jesus Cristo: Mt 9, 15; Mc 2, 10; Lc 5, 35; vide também: At 13, 3; 14, 22; 2Cor 6, 5; 11, 27.
· Jejum de Jesus de quarenta dias: Mt 4, 2.


Livre arbítrio

· Gn 7; Dt 30, 19; Eclo 15, 14.
· Resiste freqüentemente à graça de Deus: Pr 1, 24s; Is 5, 4; Ez 18, 23-31-32; 33, 11; Mt 23, 37; Lc 13, 34; At 7, 51; Hb 12, 15; 2Pd 3, 9; Ap 20, 4.


Matrimônio

· Sacramento representando a união de Jesus Cristo e da Igreja: Ef 5, 32; vide igualmente: 1Ts 4, 3-5.
· O casamento não deve ser dissolvido senão por morte: Gn 2, 21; Mt 19, 6; Mc 10, 11-12; Lc 16, 18; Rm 7, 2-3; 1Cor 7, 10-11-39.



Missa

· O sacrifício da Missa figurado antecipadamente: Gn 19, 18.
· Predito: Ml 1, 10-11.
· Instituído e celebrado pelo próprio Jesus Cristo: Lc 22, 19-20.
· Atestado: 1Cor 10, 16-18-21; Hb 13, 10.


Mulheres

· Não devem pregar nem ensinar: 1Cor 14, 34-35-37; 1Tm 2, 11-12.


Obras (boas)

· As boas obras meritórias: Gn 4, 7; Sl 17, 21-23-24; 18, 8-11; Mt 5, 11-12; 10, 42; 16, 27; 1Cor 3, 8; 2Tm 4, 8.


Orações

· Pelos defuntos: 2Mc 12, 43s.


Ordens (Sacras)

· Foram instituídas por Jesus Cristo: Lc 22, 19; Jo 20, 22-23.
· Conferidas pela imposição de mãos: At 6, 6; 13, 3; 14, 22.
· Dão graças: 1Tm 4, 14; 2Tm 1, 6.


Papa ou Bispo

· Chefe dos outros bispos; São Pedro foi elevado a esta dignidade pelo próprio Jesus Cristo: Mt 16, 18-19; Lc 22, 31-32; Jo 21, 15-17s; vide igualmente: Mt 10, 2; At 5, 29; Gl 2, 7-8.


Pecado original

· Jó 14, 4; Sl 50, 7; Rm 5, 12-15-19; 1Cor 15, 21-22; Ef 2, 3.


Purgatório

· Purgatório ou estado médio das almas, sofrendo por certo tempo em expiação de seus pecados; é provado por numerosos textos da Escritura que afirmam que Deus pagará a cada um segundo as suas obras, de tal sorte que aqueles que morrem estando culpados mesmo das menores faltas, não escapam do castigo. Quanto a isso vide também: Mt 12, 32; Ap 21, 27; assim como: Mt 5, 25-26; 1Cor 3, 13-15; 1Pd 3, 18-20; 2Mc 12, 45.


Relíquias Milagrosas

· 4Rs 13, 4-20-21; Mt 9, 21-29; At 9, 11-12.


Santos

· Os Santos deixaram este mundo, socorrem-nos por suas orações: Lc 16, 9; 1Cor 12, 2; Ap 5, 8.
· Estamos em comunhão com eles: Hb 12, 22-23.
· Têm um poder sobre as nações: Ap 2, 26-27; 5, 10.
· Sabe o que se passa entre nós: Lc 15, 10; 1Cor 13, 12; 1Jo 3, 2.
· Estão, pois, com Cristo no céu antes da ressurreição geral: 2Cor 5, 1-6-8; Fl 1, 23-24; Ap 4, 4; 6, 9; 7, 9-15s; 14, 1-3-4; 19, 1-4-6; 20, 4.
· Quanto à sua invocação convém consultar os textos citados a respeito dos anjos, ou os que, mostrando o grande poder que têm para com Deus as orações dos seus servos, nos autorizam por isto mesmo a implorar suas orações; para isso vide: Ex 31, 11-14.


Tradições Apostólicas

· 1Cor 11, 2; 2Ts 2, 5-14; 3, 6; 2Tm 1, 13; 2, 2; 3, 14; vide também: Dt 32, 7; Sl 19, 5-7.


Virgem Maria (a Bem-Aventurada)

· Sua dignidade: Lc 1, 28-42-43.
· Todas as gerações dos verdadeiros cristãos a chamarão bem-aventurada: Lc 1, 48.
· Quanto aos direitos que tem de ser venerada e invocada vide o que está dito a respeito dos anjos e santos.


segunda-feira, 11 de maio de 2009

Hino Pontifício

Segue abaixo um histórico do Hino Pontifício, bem como um vídeo do mesmo e sua letra.

Costumo dizer, talvez com um pouco de exagero, que é o "Hino Nacional" de todo católico.

Aprecio sobremaneira esse Hino e sou muito grato aos Arautos do Evangelho que o divulgaram em seus CD's de canto sacro. Eu não o conhecia e lamento que o mesmo não receba atenção dos inúmeros "ministérios" de música existentes atualmente.

Sua letra tem uma força impressionante. Tem fé verdadeira emanando de cada estrofe.

Qual católico no front de batalha hoje, sob o pontificado do estupendo Bento XVI, não se sente realmente reconfortado ao cantar: A voz de Pedro na tua o mundo escuta, conforto e escudo de quem combate e luta.

Quantos não são os combates de hoje em nossas dioceses, paróquias, comunidades e até mesmo dentro das famílias, em que muitas vezes nos sentimos sós, cansados de tanto nadar contra a correnteza? E vemos o Santo Padre também combatendo, quase sozinho, contra inimigos muito maiores e mais fortes, e com uma força e vitalidade que só pode vir do Paráclito, erguendo a sua voz, sem medo de cara feia, sem medo dos lobos, proclamando a Verdade, proclamando Cristo, contra todo erro e todo mal!

Sua melodia é instigante. Impossível para qualquer católico "de sangue latino", daqueles que estão sempre combatendo o bom combate, permanecer impassível quando o escuta. Mais ainda quando se ouve sua execução pelos Arautos do Evangelho, em marcha como soldados. É de inflamar qualquer alma católica!



O Hino Pontifício

Fonte: Santa Sé

No ano de 1950, por ocasião do Ano Santo, Sua Santidade Papa Pio XII decidiu que a Marcha Pontifícia de Charles Gounod (1818-1893) tornaria-se o hino oficial do Vaticano, executado pela primeira vez como hino oficial em 24 de dezembro de 1949. A Marcha Pontifícia, como era chamada pelo próprio autor (e de acordo com alguns também conhecida como Marcha Religiosa), assumiu o novo título Hino Pontifício, substituindo o antigo hino composto por Vitorino Hallmayr, em 1857, no estilo da época. Gounod, um homem de profunda fé, havia composto o hino por ocasião do Jubileu Sacerdotal de Sua Santidade, o Papa Pio IX. O hino foi executado pela primeira vez na presença do Pontífice, em 11 de abril de 1869, interpretada por 7 bandas militares na Basílica de São Pedro.





Ó Roma eterna dos mártires, dos santos!
Ó Roma eterna acolhe nossos cantos!

Glória no alto ao Deus de Majestade,
Paz sobre a Terra, Justiça e Caridade.

A Ti corremos, Angélico Pastor,
Em Ti nós vemos o Doce Redentor.

A voz de Pedro na tua o mundo escuta,
Conforto e escudo de quem combate e luta.

Não vencerão as forças do inferno,
Mas a verdade que é o doce amor fraterno.

Salve, salve Roma! É eterna tua história!
Cantam-nos tua glória monumentos e altares!

Roma dos Apóstolos, Mãe e mestra da verdade!
Roma, toda Cristandade, o mundo espera em Ti!

Salve, salve Roma! O Teu Sol não tem poente!
Vence, refulgente, todo erro e todo mal!

Salve o Santo Padre, vivas tanto ou mais que Pedro!
Desça, qual mel do rochedo, a benção paternal!


Entrevista com a Dra. Alice Von Hildebrand

Fonte: O Atanasiano Ultrapapista

Dra. Alice von Hildebrand é esposa do falecido filósofo e teólogo católico Dietrich von Hildebrand, que foi chamado por Pio XII de "doutor da Igreja do século XX".


* * * *

A conversa a seguir com Dra. Alice Von Hildebrand abre nossa discussão para o foco desta edição: A Crise na Igreja – Cenários para uma Solução. Dra. Von Hildebrand, professora emérita de filosofia de Hunter College (City University of New York), acabara de completar The Soul of a Lion, uma biografia de seu marido, Dietrich.



TLM: Dra. von Hildebrand, no tempo em que o Papa João XXIII convocou o Concílio Vaticano Segundo, a senhora percebeu qualquer necessidade de reforma dentro da Igreja?

AVH: A maior parte da intuição sobre isso vem do meu marido. Ele sempre disse que os membros da Igreja, devido aos efeitos do pecado original e do pecado atual, se encontram sempre com necessidade de reforma. O ensinamento da Igreja, porém, vem de Deus. Nenhum acento deve ser modificado ou necessita de reforma.


TLM: Em termos da crise atual, quando a senhora percebeu que algo estava terrivelmente errado?

AVH: Era fevereiro de 1965, e estava num ano sabático em Florença. Meu marido estava lendo um jornal teológico, e de repente, ouvi-o desatar em lágrimas. Corri até ele, temerosa de que seu coração houvesse lhe causado dores. Perguntei-lhe se estava bem. Ele me disse que o artigo que lia lhe fez intuir que o demônio havia penetrado na Igreja. Veja, meu marido foi o primeiro alemão proeminente a se pronunciar publicamente contra Hitler e o Nazismo. As suas intuições eram sempre prescientes.


TLM: Seu marido tinha falado sobre seu temor pela Igreja antes desse incidente?
AVH: Relato na biografia do meu marido, "The Soul of a Lion", que poucos anos após sua conversão ao Catolicismo nos anos vinte, ele começou a ensinar na Universidade de Munique. Munique era uma cidade católica. Maioria dos Católicos da época ia às Missas, mas ele sempre disse que foi ali que ele começou a se preocupar com a perda do sentido de sobrenatural entre os Católicos. Um incidente em especial lhe ofereceu suficiente prova e isso o entristecia imensamente.

Quando passava por uma porta, meu marido sempre deixava passar primeiro seus alunos que eram sacerdotes. Um dia, um dos seus colegas (um Católico) expressou sua surpresa e desagrado: “Por que você deixa seus alunos entrar antes de você?” “Porque são sacerdotes”, respondeu meu marido. “Mas eles não possuem PhD”. Meu marido se sentiu arrasado. Valorizar PhD é uma reação natural; estar ciente da sublimidade do sacerdócio é uma reação sobrenatural. A atitude daquele professor provava que a sua reação para o sobrenatural havia erodido. Isso foi muito antes do Vaticano II. Mas até Concílio, a beleza e a sacralidade da liturgia Tridentina mascarava esse fenômeno.


TLM: Seu marido achava que o declínio do sentido do sobrenatural havia comecado nessa época, e no caso afirmativo, como ele o explicava?

AVH: Não, ele acreditava que após a condenação da heresia do Modernismo pelo Papa Pio X, seus proponentes simplesmente havia se retirado para subsolo. Ele diria que então eles tomaram uma abordagem muito mais sutil e prática. Espalhavam dúvidas simplesmente levantando questões sobre as grandes intervenções sobrenaturais através da história da salvação, tais como Nascimento Virginal e virgindade perpétua de Nossa Senhora, bem como a Ressurreição e a Sagrada Eucaristia. Eles sabiam que uma vez abalada a fé – a fundação – a liturgia e os ensinamentos morais da Igreja também desmoronariam. Meu marido intitulou um dos seus livros The Devastated Vineyard (A Vinha Devastada). Após Vaticano II parece que um tornado havia atingido a Igreja.

O próprio Modernismo era fruto de calamidade do Renascimento e da Revolta Protestante, e levou um longo processo histórico para se revelar. Se fôssemos perguntar a um Católico típico da Idade Média o nome de um herói ou heroína, ele certamente citaria um santo. O Renascimento começou a mudar isso. Ao invés de um santo, as pessoas pensariam num gênio como pessoas a imitar, e com a chegada da era industrial, as pessoas citariam um grande cientista. Hoje elas responderiam com o nome de um esportista ou personagens da mídia. Em outras palavras, a perda do sentido do sobrenatural trouxe a inversão da hierarquia de valores.

Mesmo o pagão Platão estava aberto para o sentido do sobrenatural. Ele falou da fraqueza, fragilidade e covardia freqüentemente evidenciadas na natureza humana. Ele foi indagado por um crítico do porquê de tal baixa estima sobre a humanidade. Ele respondeu que não denegria o homem, apenas comparava-o a Deus.

Com a perda do sentido de sobrenatural, há uma perda do sentido da necessidade para o sacrifício, hoje. Quanto mais alguém se aproxima de Deus, maior é a sua consciência de ser pecador. Quando mais alguém se afasta de Deus, como hoje, mais escutamos a filosofia da nova era “Estou bem, Você está bem”. A perda da inclinação para o sacrifício leva ao obscurecimento da missão redentora da Igreja. Onde a Cruz é subestimada a nossa necessidade de redenção é igualmente ignorada. A aversão ao sacrifício e redenção ajudou a secularização da Igreja do seu interior. Temos ouvido durante muitos anos dos sacerdotes e bispos sobre a necessidade da Igreja se adaptar ao mundo. Grandes Papas como S. Pio X disseram exatamente o oposto: o mundo deve se adaptar à Igreja.


TLM: Da nossa conversa, devo concluir que a senhora não acredita que a perda acelerada do sentido do sobrenatural seja um acidente no percurso da história.

AVH: Não, não acredito. Houve dois livros publicados na Itália nestes anos que confirmam o que meu marido suspeitava há algum tempo: que tem havido uma infiltração sistemática da Igreja pelos inimigos diabólicos por todo este século. Meu marido foi um homem muito esperançoso e otimista por natureza. Durante os dez últimos anos de sua vida, porém, testemunhei muitos momentos de grande tristeza, e freqüentemente o ouvi repetir: “Eles dessacralizaram a Santa Esposa de Cristo”. Ele estava se referindo à “abominação da desolação” da qual fala o profeta Daniel.


TLM: Esta é uma admissão crítica, Dra. von Hildebrand. Seu marido foi chamado Doutor da Igreja do Século XX pelo Papa Pio XII. Ele não teria acesso ao Vaticano para falar dos seus temores para o Papa Paulo VI?

AVH: Mas foi exatamente o que ele fez! Nunca esquecerei a audiência privada que tivemos com Paulo VI logo antes do fim do Vaticano II. Foi em 21 de junho de 1965. Assim que meu marido começou a apelar para que ele condenasse as heresias que estavam se espalhando, o Papa o interrompeu com as palavras, “Lo scriva, lo scriva.” (“Escreva-o.”). Momentos depois, pela segunda vez, meu marido expôs a gravidade da situação ao Papa. A mesma resposta. Sua Santidade nos recebeu em pé. Estava claro que o Papa se sentia muito inconfortável. A audiência durou apenas alguns minutos. Paulo VI deu imediatamente um sinal ao seu secretário, Pe. Capovilla, para nos trazer rosários e medalhas. Nós então retornamos à Florença onde meu marido escreveu um longo documento (não publicado até hoje) que foi entregue a Paulo VI na véspera da última sessão do Concílio. Era setembro de 1965. Após ler o documento de meu marido, ele disse ao sobrinho do meu marido, Dieter Sattler, que havia se tornado embaixador alemão da Santa Sé, que havia lido o documento cuidadosamente, mas que “era um pouco áspero”. A razão era óbvia: o meu marido havia humildemente solicitado uma clara condenação de afirmações heréticas.


TLM: A senhora percebe, certamente, Doutora, que tão logo a senhora menciona essa idéia da infiltração, haverá aqueles que levantam seus olhos em desdém e bradam, “ei, outra teoria de conspiração!?”

AVH: Eu só posso dizer o que sei. É uma questão de registro público, por exemplo, que Bella Dodd, uma ex-Comunista que se re-converteu à Igreja, falou abertamente da deliberada infiltração dos agentes do partido Comunista nos seminários. Ela contou ao meu marido e a mim que quando era membro ativo do partido, se encontrou com não menos que quatro cardeais dentro do Vaticano, “que trabalhavam para nós”.

Muitas vezes ouvi os norte-americanos dizerem que os europeus “cheiram conspiração onde quer que vão”. Mas desde o início, o Demônio tem conspirado contra a Igreja – e sempre procurou em particular destruir a Missa e destruir a fé na Real Presença de Cristo na Eucaristia. Que algumas pessoas estejam tentadas a ignorar esse fato inegável não é razão para negar sua realidade. Por outro lado, eu, nascida européia, estou tentada a afirmar que muitos americanos são ingênuos; vivendo num país que tem sido abençoado pela paz, e conhecendo pouco a história, são mais propensos que os europeus (cuja história é tumultuada) a cair vítimas de ilusões. Rousseau tem tido enorme influência nos Estados Unidos . Quando Cristo disse aos Seus apóstolos na Última Ceia que “um de vós Me trairá”, os apóstolos ficaram perplexos. Judas havia agido de tal modo que ninguém suspeitava dele, pois um conspirador astuto sabe como cobrir seus traços com uma demonstração de ortodoxia.


TLM: Os dois livros escritos pelos sacerdotes italianos que a senhora mencionou contêm evidências dessa infiltração?

AVH: Os dois livros que mencionei foram publicados em 1998 e 2000 pelo sacerdote italiano, Don Luigi Villa da diocese de Brescia, que sob a solicitação do Padre Pio dedicou muitos anos de sua vida na investigação da possível infiltração dos Franco-maçons e Comunistas na Igreja. Meu marido e eu encontramos Don Villa nos anos sessenta. Ele alega que não faz nenhuma afirmação que não possa comprovar. Quando Paulo Sesto Beato? (1998) foi publicado, o livro foi enviado a cada bispo italiano. Nenhum deles reconheceu o recebimento, nenhum deles desafiou as alegações de Don Villa.

Neste livro, ele relata algo que nenhuma autoridade eclesiástica refutou nem pediu para ser retratado – embora ele nomeie personalidades particulares acerca do incidente.. Trata de atrito entre Papa Pio XII e o então Bispo Montini (o futuro Paulo VI) que era seu Sub-secretário do Estado. Pio XII, ciente da ameaça do Comunismo, que logo após a Segunda Guerra Mundial dominava quase a metade da Europa, havia proibido os funcionários do Vaticano a manter qualquer relação com Moscou. Para sua decepção ele foi informado um dia através do Bispo de Upsala (Suécia) de que sua ordem estrita havia sido contrariada. O Papa se negou a dar crédito a esse rumor até receber evidência inegável de que Montini mantinha correspondência com várias agências Soviéticas. Durante todo esse tempo, o Papa Pio XII (assim como Pio XI) havia enviado sacerdotes clandestinamente à Rússia para consolar os Católicos que viviam atrás da Cortina de Ferro. Cada um deles havia sido sistematicamente preso, torturado e mesmo executado ou enviado ao Gulag. Finalmente um delator de Vaticano foi descoberto: Alighiero Tondi, S.J., que era um conselheiro próximo de Montini. Tondi era um agente trabalhando para Stalin cuja missão era manter Moscou informado sobre as iniciativas tais como o envio de sacerdotes para a União Soviética.

Acrescente-se a isso o tratamento do Papa Paulo ao Cardeal Mindszenty. Contra sua vontade, Mindszenty foi ordenado pelo Vaticano a deixar Budapeste. Como quase todos sabem, ele havia escapado dos Comunistas e buscou refúgio na embaixada norte-americana. O Papa havia lhe dado sua promessa solene de que ele permaneceria primado de Hungria enquanto vivesse. Quando o Cardeal (que foi torturado pelos Comunistas) chegou em Roma, Paulo VI abraçou-o calorosamente, mas depois o enviou em exílio para Viena. Logo depois, seu santo prelado foi informado que havia sido destituído e que havia sido substituído por alguém mais aceitável pelo governo Húngaro Comunista. Mais intrigante e tragicamente triste é o fato de que quando morreu Mindszenty, nenhum representante da Igreja esteve presente no seu enterro.

Outra das alusões de infiltração de Don Villa é aquela relatada pelo Cardeal Gagnon. Paulo VI havia solicitado ao Gagnon para encabeçar uma investigação acerca da infiltração da Igreja pelos inimigos poderosos. Cardeal Gagnon (na época um Arcebispo) aceitou essa tarefa desagradável e compeliu um longo dossiê, rico em fatos preocupantes. Quando o trabalho foi completado, ele solicitou uma audiência com o Papa Paulo a fim de deliberar pessoalmente o manuscrito para o Pontífice. Essa solicitação para um encontro foi negada. O papa enviou ordem para que o documento fosse colocado nos escritórios da Congregação para os Clérigos, especificamente num cofre com dupla fechadura. Isso foi feito, mas no dia seguinte a caixa foi arrombada e o manuscrito desapareceu misteriosamente. A política usual do Vaticano é se assegurar que tais incidentes nunca vejam a luz do dia. Entrementes, esse roubo foi noticiado até no L’Osservatore Romano (talvez sob pressão porque isso não foi noticiado na imprensa secular). Cardeal Gagnon, logicamente, possuíam uma cópia, e novamente solicitou ao papa uma audiência privada. Novamente sua solicitação foi negada. Ele então decidiu deixar Roma e retornar a sua terra natal, Canadá. Mais tarde, foi chamado de volta a Roma pelo Papa João Paulo II e feito cardeal.


TLM: Por que Don Villa escreveu essas obras tendo como alvo de suas críticas Paulo VI?

AVH: Don Villa se manteve relutante para publicar os livros aos quais aludi. Mas quando vários bispos começaram a se movimentar para a beatificação de Paulo VI, esse sacerdote percebeu que era um momento de chamada para publicar as informações que havia coletado através dos anos. Assim fazendo, estava seguindo as orientações de uma Congregação Romana, informando aos fiéis que era seu dever como membros da Igreja confiar à Congregação qualquer informação que possa obstruir as qualificações do candidato para a beatificação.

Considerando o pontificado tumultuoso de Paulo VI, e os sinais confusos que fornecia, por exemplo, falando da “fumaça de Satanás que penetrou na Igreja”, e, entretanto, se recusando a condenar oficialmente as heresias; a sua promulgação de Humanae Vitae (a glória do seu pontificado), porém, sua cuidadosa recusa em proclamá-la ex-cathedra; oferecendo seu Credo do Povo de Deus em Praça S. Pedro em 1968, e novamente fracassando em declará-lo como unificador de todos os Católicos; desobedecendo as ordens estritas de Pio XII em não manter contato com Moscou, e agradando o governo Comunista Húngaro ao renegar a promessa solene que havia feito ao Cardeal Mindszenty; seu tratamento com relação ao santo Cardeal Slipyj, que passou dezessete anos num Gulag, simplesmente para se tornar um prisioneiro virtual no Vaticano; e finalmente, solicitando ao Arcebispo Gagnon para investigar possível infiltração no Vaticano, apenas para recusá-lo para uma audiência quando o trabalho estava completo – tudo isso fala fortemente contra a beatificação de Paulo VI, ecoando em Roma, “Paolo Sesto, Mesto” (Paul VI, o triste).

Que o dever de publicar essa informação deprimente foi oneroso e custou grande sofrimento ao Don Vila é inegável. Qualquer Católico rejubila quando ele pode levantar os olhos e contemplar com veneração irrestrita um Papa. Mas os Católicos sabem também que embora Cristo não tenha prometido conceder líderes perfeitos, prometeu que os portões do inferno nunca prevaleceriam. Não esqueçamos que muito embora a Igreja tivesse alguns papas muito ruins, e outros, medíocres, ela tem sido abençoada com muitos grandes Papas. Oitenta deles foram canonizados e vários, beatificados. Esta é uma história de sucesso sem paralelo no mundo secular.

Somente Deus é juiz de Paulo VI. Mas não se deve negar que seu pontificado foi muito complexo e trágico. Foi sob seu pontificado que, num curso de quinze anos, mais mudanças foram introduzidas na Igreja que em todos os séculos precedentes juntos. O que é preocupante é que quando lemos o testemunho de ex-Comunistas como Bella Dodd, e estudamos documentos maçônicos (datados do século dezenove, e geralmente escritos por sacerdotes dissidentes como Paul Rocca), podemos ver que, em larga extensão, suas agendas foram realizadas: o êxodo de sacerdotes e freiras após o Vaticano II, teólogos dissidentes não censurados, o feminismo, a pressão sobre a Roma para abolir o celibato sacerdotal, imoralidade entre os clérigos, liturgias blasfemas, as mudanças radicais que foram introduzidas na sagrada liturgia (vide Milestones do Cardeal Ratzinger, pp. 126 e 148, Ignatius Press) e um ecumenismo sem rumo. Apenas um cego poderia negar que muitos dos planos do Inimigo têm sido perfeitamente realizados.

Não devemos nos esquecer que o mundo foi abalado com o que fez Hitler. Pessoas como meu marido, porém, perceberam o que estava de fato escrito em Mein Kampf. O plano estava ali. O mundo simplesmente optou por não acreditar. Porém, quão grave esteja a situação, nenhum Católico engajado deve esquecer que Cristo prometeu que Ele estará com Sua Igreja até o fim do mundo. Devemos meditar sobre a cena relatada no Evangelho quando o barco dos apóstolos foi ameaçado por uma forte tempestade. Cristo estava dormindo! Seus seguidores assustados O acordaram: Ele disse uma única palavra e, de repente, tudo se acalmou. “Ó vós, que tendes pouca fé!”


TLM: Segundo suas observações sobre ecumenismo, a senhora não concorda com a política atual de “convergência” ao invés de “conversão”?

AVH: Deixe-me relatar um incidente que causou grande pesar ao meu marido. Era 1946, logo depois da guerra. Meu marido lecionava em Fordham, e ali apareceu numa de suas aulas um estudante Judeu que havia sido um oficial da Marinha durante a guerra. Ele eventualmente contaria ao meu marido sobre um pôr-do-sol extraordinário no pacífico e como isso fê-lo se aproximar da verdade sobre Deus. Primeiro ingressou na Columbia para estudar filosofia, e ele descobriu que isso não era o que procurava. Um amigo lhe sugeriu tentar a filosofia na Fordham e mencionou o nome de Dietrich Von Hildebrand. Depois de apenas uma aula com meu marido, descobriu o que buscava. Um dia, após a aula, meu marido e seu aluno foram dar uma caminhada. Ele disse ao meu marido na ocasião que estava surpreso com o fato de que vários professores, após descobrir que ele era Judeu, asseguraram-lhe que não tentariam convertê-lo ao Catolicismo. Meu marido, estupefato, parou, voltou-se para ele e disse, “Eles disseram o quê?!” O aluno repetiu a história e meu marido lhe disse, “Iria até o fim do mundo para transformá-lo num Católico”. Para resumir a longa história, o jovem se tornou um Católico, foi ordenado sacerdote Católico e ingressou na única Casa dos Cartuchos nos Estados Unidos (em Vermont)!


TLM: A senhora passou muitos anos lecionando em Hunter College.

AVH: Sim, e vários dos meus alunos se tornaram Católicos. Oh, quantas e belas histórias de conversão poderia relatar se tivesse tempo – jovens que foram arrebatados pela verdade! Eu gostaria, entretanto, de deixar claro um ponto.. Não converti meus alunos. O máximo que podemos fazer é rezar para sermos instrumentos de Deus. Para sermos instrumentos de Deus, devemos nos esforçar para viver diariamente o Evangelho em todas as circunstâncias. Apenas a graça de Deus pode nos conceder o desejo e capacidade para tanto.

Eis um dos temores que tenho em relação aos Católicos tradicionais. Algum flerte com o fanatismo. Um fanático é aquele considera a verdade sua posse ao invés de dom de Deus. Somos servos da verdade, e é como servos que devemos procurar partilhá-la. Estou ciente de que há Católicos fanáticos que usam a Fé e a Verdade que proclamam como um instrumento intelectual. Uma autêntica apropriação da verdade sempre leva ao esforço para a santidade. A Fé, nesta crise atual, não é um jogo de xadrez intelectual. Para aqueles que não se esforçam para a santidade, a fé se reduzirá a isso. Tais pessoas fazem mais mal à Fé, particularmente se estes são defensores da Missa tradicional.


TLM: Então a senhora acha que o único cenário para uma solução da crise atual é a renovação de um esforço para a santidade?

AVH: Não devemos nos esquecer que estamos lutando não apenas contra carne e sangue, mas contra “poderes e principados”. Isso deveria nos provocar suficiente temor para esforçarmo-nos mais que nunca para a santidade, e orar fervorosamente que a Santa Esposa de Cristo, que se encontra agora no Calvário, saia dessa terrível crise mais radiante que nunca. A resposta Católica é sempre a mesma: absoluta fidelidade aos santos ensinamentos da Igreja, fidelidade à Santa Sé, freqüente recepção de sacramentos, Rosário, leitura espiritual diária, e gratidão por termos recebido a plenitude da revelação de Deus: “Gaudete, iterum dico vobis, Gaudete.”


TLM: Não posso terminar a entrevista sem fazer à senhora uma pergunta já um tanto desgastada. Há críticos da antiga Missa latina que indicam que a crise na Igreja se desenvolveu no tempo em que a Missa era oferecida no mundo inteiro. Por que deveríamos achar que o seu retorno é intrínseco para a solução da crise?

AVH: O demônio odeia a antiga Missa. Ele a odeia porque é a mais perfeita reformulação de todos os ensinamentos da Igreja. Foi meu marido que me deu essa intuição sobre a Missa. O problema que provocou o crise atual não foi a Missa Tradicional. O problema é que os sacerdotes que a ofereciam já haviam perdido o sentido do sobrenatural e transcendente. Eles se apressavam em fazer as orações, murmuravam e não as enunciavam. Eis um sinal que introduziram à Missa com o seu crescente secularismo. A antiga Missa não permitia espaço para irreverência, e é por isso que muitos sacerdotes se sentiram felizes em se desvencilhar dela.


TLM: Obrigado, Dra. Von Hildebrand por esta oportunidade de conversar com a senhora.