sexta-feira, 27 de março de 2009

Racista!

Em infeliz declaração, Lula diz que crise foi causada por "brancos de olhos azuis" e cobra decisões no G20.

Se fosse qualquer outro e a frase fosse: "a crise é causada por gente preta e de cabelo duro", teríamos certamente a antecipação do Apocalipse sobre o infeliz.

Mas como tal sentença foi proferida por nosso vergonhoso presidente, esse ato de puro racismo não ganha tanta repercussão. Eu até gostaria que isso acontecesse devido ao pouco crédito dado ao senhor Lula, isto é, ele é tão estúpido em suas declarações que ninguém mais dá ouvidos. Mas temo não ser bem essa a razão...

Lula usa e abusa de uma imagem que muitos tem medo de mexer: o de pobre retirante nordestino, que virou metalúrgico, afastado do trabalho por um (peculiar, diga-se) acidente de trabalho, líder sindical e presidente da República Federativa do Brasil. Uma epopeia, sem dúvida, mas não muito virtuosa, pois chegou a seu termo ao custo da verdade, da ética e da boa política.

Talvez por isso, por "respeito" a essa imagem e ao que ela evoca, as bobagens que ele diga não ganhem tanta repercussão midiática.

De qualquer forma, vou ficar mesmo é aguardando manifestações raivosas de ONG's anti-racismo espalhadas Brasil afora. Com certeza não se calarão diante de tão descabida declaração de nosso presidente.

Ou será que estou sendo muito ingênuo?

quinta-feira, 26 de março de 2009

Não me cobrem!

Lula lançou seu pacote habitacional, batizado de "Minha Casa, Minha Vida".

Apesar dele negar, está claro de que se trata de um pacote eleitoreiro.

O mais interessante dessa vez, pra mim, foi o fato de Lula não estipular prazo para seu projeto e desde já fugir de qualquer cobrança!

Na prática não há novidade nisso, mas o mesmo ter a cara-de-pau de afirmar que "gostaria de terminar em 2009, mas se não der tem 2010, ... 2011, ..."... "Não tem limite de tempo, portanto não me cobrem" .

Fica fácil governar desse jeito. Lança-se um projeto sem data para ser entregue. Se não der, fica pra 2011 e se aí estiver um presidente que não seja da trupe de Lula, melhor ainda! A culpa passar a ser do sucessor, que não soube dar andamento no projeto.

E tem quem ainda acredite na retidão e bondade desse senhor...

Edward Green: "O Papa está certo!"

Você já ouviu falar em Edward Green? Não? Nem eu...

Provavelmente os digníssimos jornalistas brasileiros também não, visto não encontrarmos referências a ele por aqui.

E por qual motivo agora estou falando nele?

Bem, Edward Green é médico, antropólogo e uma das maiores autoridades mundiais no estudo das formas de combate à expansão da AIDS. Ele também é diretor do Projeto de Investigação e Prevenção da AIDS do Centro de Estudos sobre População e Desenvolvimento de Harvard.

O mais interessante é que Green afirma estar certo o Papa Bento XVI quando prega a castidade e a fidelidade conjugal no lugar dos preservativos como melhor forma de combate a AIDS!

Quando é para atacar o Papa e a Igreja Católica, qualquer "zé mané" ganha voz na mídia. Quando é para dar razão, até as maiores autoridades são silenciadas...

Leia mais sobre isso no blog do Reinaldo Azevedo.

sábado, 21 de março de 2009

Catolicismo pretensioso

Recomendo a todos a leitura dos absurdos ditos pela senhora "Ébete Nuñez" e a excelente refutação do Fabrício Ribeiro.

Está no blog dele, o Palavras Apenas.

Infelizmente, da mesma laia desta senhora existem muitos católicos hoje. São cegos ao meio-dia. Não enxergam o óbvio. Não sabem qual é a missão de um bispo, qual é a missão da Igreja. E saem propagando as mais absurdas teses.

São católicos que já não suportam mais a Sã Doutrina da Salvação, pelo desejo de ouvir novidades seguem outros mestres e se afastam da verdade se atirando as mais diversas fábulas (2Tm 4, 3-4).

sexta-feira, 20 de março de 2009

Cientistas e intelectuais se manifestam contra aborto na Espanha

Cientistas e intelectuais se manifestam contra aborto na Espanha

da France Presse, em Madri

Uma associação contra o aborto apresentou nesta terça-feira (17) um manifesto assinado por centenas de cientistas e intelectuais contra o projeto do governo para legalizar a interrupção voluntária da gravidez dentro de um prazo determinado.

Os assinantes consideram no manifesto "que o aborto é um ato simples e cruel de interrupção de uma vida humana", afirmando que a vida começa no momento da fecundação.


Campanha antiaborto traz bebê comparado à preservação de espécies

na Espanha; cientistas assinam manifesto contra a prática


"Quase mil cientistas e intelectuais assinaram o texto", afirmou, durante entrevista à imprensa, um dos promotores da iniciativa, Nicolás Jouve de la Barreda, professor de genética da Universidade de Alcalá de Henares, em Madri.

A iniciativa da associação HazteOir, que é contra o aborto e a eutanásia e a favor da família como instituição básica da ordem social, coincide com o lançamento, pela Igreja espanhola, de uma polêmica campanha publicitária contra o aborto.

Os bispos espanhóis lançaram uma campanha para denunciar o fato de espécies animais ameaçadas estarem mais protegidas, segundo eles, do que embriões humanos na Espanha.
O fundador de HazteOir, Ignacio Arsuaga, que se declara católico, considerou que a campanha dos bispos foi muito bem-feita e aborda bem o problema.

Na campanha dos bispos, um bebê aparece ao lado de um lince ibérico --espécie protegida na Espanha por sua vulnerabilidade--, com a frase "Lince protegido". O bebê pergunta: "E eu?" e, acrescenta, "Proteja minha vida!"

O governo espanhol quer permitir o aborto livre legal dentro de um prazo de gestação limitado, como já ocorre em diversos países europeus.

Atualmente, o aborto é permitido no país durante as primeiras 12 semanas de gestação em caso de estupro, 22 semanas em caso de má-formação do feto, e sem limite de tempo em caso de risco físico ou psíquico para a mãe.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Campanha da Fraternidade 2009

Um interessante vídeo sobre a Campanha da Fraternidade 2009.

Vale a pena ver e refletir...




sexta-feira, 13 de março de 2009

A carta do Papa aos bispos

Num gesto de grande humildade, Bento XVI escreveu uma carta aos bispos da Igreja Católica a propósito da remissão da excomunhão aos quatro Bispos consagrados pelo Arcebispo Lefebvre.

Nessa carta ele "abre o coração" aos bispos e a todos os fiéis católicos. Como um pai falando a seus amados filhos, expõe não só suas razões para estar trabalhando pela total reconciliação da FSSPX com a Igreja, mas também sua amargura pelas duras críticas que recebeu dos próprios católicos, de sua preocupação pelo fato da Fé não vir recebendo o devido alimento em várias regiões do mundo, ensina mais uma vez a verdadeira chave de leitura do Concílio Vaticano II e espera com tudo isso contribuir para paz dentro da Igreja Católica Apostólica Romana.

Em alguma das reportagens que li sobre o assunto, um repórter bem notou que não é comum um papa escrever uma carta para se justificar perante os bispos. De fato, é incomum tal atitude em um Soberano Pontífice. E até por isso, o gesto de Bento XVI ganha uma relevância maior!

Porém, incomum é também a terrível onda de ataques que o Santo Padre vinha recebendo por conta do levantamento das excomunhões dos quatro bispos ordenados por Marcel Lefebvre em 1988, principalmente porque na esteira desse gesto foi divulgada a desastrosa declaração de Richard Williamson sobre o Holocausto (sem esquecer que esse gesto do papa para com a FSSPX é ato contínuo com a liberação da Missa de São Pio V feita através do Motu Próprio Summorum Pontificum, que por si só já tinha despertado a ira dos inimigos da Igreja e do Papa).

Críticas ao Papa e à Santa Igreja sempre existiram e sempre existirão. O incomum e surpreendente das críticas aos recentes atos do Santo Padre é a origem destas: os bispos. Aqueles que deveriam ser os primeiros a se levantarem em defesa do Sucessor de Pedro, são os primeiros a fazerem exatamente o contrário, engrossando as já largas fileiras dos que atacam o Corpo Místico de Cristo.

Por isso, de forma amargurada, afirma o Santo Padre em sua carta que "desencadeou-se assim um avalanche de protestos, cujo azedume revelava feridas que remontavam mais além do momento" (...) "Fiquei triste pelo fato de inclusive católicos, que no fundo poderiam saber melhor como tudo se desenrola, se sentirem no dever de atacar-me e com uma virulência de lança em riste".

Vários bispos do mundo inteiro ergueram suas vozes raivosas contra o Santo Padre! Os mesmos bispos tão tolerantes e ecumênicos com hereges e pagãos; tão benevolentes com as mais absurdas invencionices litúrgicas, feitas sob a desculpa de que se trata de legítima criatividade e inculturação; tão preocupados com a inclusão das minorias; esses mesmos bispos disseram um sonoro NÃO ao Papa e à Fraternidade Sacerdotal São Pio X.

Hereges e pagãos são bem-vindos, a FSSPX não! As maiores aberrações e sacrilégios são tolerados, mas a Missa de São Pio V não! Se preocupam muito com a "inclusão" das ditas minorias, mas a FSSPX não pode ser incluída! Todo o rigor da lei que deixou de ser exigido dos hereges, foi agora cobrado para que a Fraternidade fosse aceita.

Parece até que existe um certo medo do que a FSSPX é capaz de fazer pela Igreja. Creio que o rigor doutrinário, a piedade litúrgica e a postura sacerdotal deles sejam duras de mais para os modernos e modernistas clérigos católicos.

Muitos justificaram que não se poderia aceitar o retorno de Richard Williamsom por conta de sua posição em relação ao Holocausto. Ora, desde quando o Holocausto virou Dogma de Fé cuja negação implica em heresia e afastamento da Igreja? Verdadeiros ataques a São Doutrina fazem os adeptos das mais absurdas teologias e não vemos os senhores bispos "rasgando suas vestes" como aconteceu com Williamsom... que, repito, questionou certos pontos de um fato histórico e não de um Dogma de Fé.

Claro que a Fraternidade possui problemas e sua situação dentro da Igreja ainda não está concretizada. Tanto que o Papa deixa claro que "enquanto as questões relativas à doutrina não forem esclarecidas, a Fraternidade não possui qualquer estado canónico na Igreja, e os seus ministros – embora tenham sido libertos da punição eclesiástica – não exercem de modo legítimo qualquer ministério na Igreja". Assim, todo esse rigor e zelo de muitos bispos mundo afora para aceitar a FSSPX em boa parte está correto e se justifica. Minha questão é: por que esse mesmo rigor e esse mesmo zelo não se vê com pagãos, hereges, maus sacerdotes e maus fiéis?

E não foi só em relação ao levantamento das excomunhões. Tristemente, uma parcela considerável do episcopado mundial parece estar fora de si.

Recentemente houve um rebuliço tremendo no episcopado austríaco por causa da nomeação do pe. Gerhard Wagner para bispo auxiliar da diocese de Linz. Qual acusação recai sobre esse sacerdote? Ser pura e simplesmente católico! Pe. Wagner é fiel a Sã Doutrina, ao Papa e ataca com destemor o erro, ou seja, é um daqueles que a mídia adora rotular de "conservador". A Conferência Episcopal da Áustria, revoltada pela nomeação de um sacerdote católico para bispo da referida diocese, infernizou (sim, a palavra é essa) de tal forma a vida do Papa que este se viu compelido a cancelar a nomeação do pe. Wagner!

Onde iremos parar quando bispos se levantam rebelados contra um simples ato de governo do Santo Padre, que é afinal a autoridade competente para tal? Qual o conceito de liberdade que está por detrás de tais atitudes?

É doloroso ver tais reações descabidas ao Santo Padre. Ver um episcopado que "morde e devora a si mesmo como expressão de uma liberdade mal interpretada".

Em seguida o Papa trata também do Concílio Vaticano II e sua correta inserção na história da Igreja. Infelizmente, tanto modernistas quanto tradicionalistas enxergam, erroneamente diga-se, no concílio uma ruptura com o passado. Aqueles só aceitam o Magistério posterior ao concílio, estes só o anterior. Erram os dois grupos. E o Santo Padre deixa isso bem claro: "Não se pode congelar a autoridade magisterial da Igreja no ano de 1962: isto deve ser bem claro para a Fraternidade. Mas, a alguns daqueles que se destacam como grandes defensores do Concílio, deve também ser lembrado que o Vaticano II traz consigo toda a história doutrinal da Igreja. Quem quiser ser obediente ao Concílio, deve aceitar a fé professada no decurso dos séculos e não pode cortar as raízes de que vive a árvore".

O Papa então reponde àqueles que questionaram se não havia coisas mais importantes com que se preocupar do que a FSSPX. Afirma o Santo Padre qual é sua prioridade: "Conduzir os homens para Deus, para o Deus que fala na Bíblia: tal é a prioridade suprema e fundamental da Igreja e do Sucessor de Pedro neste tempo". E para alcançar tal objetivo, buscar a unidade interna é fundamental até para garantir a credibilidade da pregação cristã. E citando o número de membros e a estrutura da Fraternidade, o Papa questiona se seria justo ignorá-los completamente.


Ainda nesse ponto das prioridades de seu pontificado, Bento XVI faz uma afirmação que merece uma reflexão: "No nosso tempo em que a fé, em vastas zonas da terra, corre o perigo de apagar-se como uma chama que já não recebe alimento, a prioridade que está acima de todas é tornar Deus presente neste mundo e abrir aos homens o acesso a Deus"

A gravidade dessas palavras é tremenda! A fé em muitos lugares está sumindo porque não é "alimentada"! O povo está perdendo a fé! Só não percebe isso quem observa a realidade com 'óculos cor-de-rosa'.

O que quer dizer o papa quando afirma que a fé não está recebendo alimento?

Pra mim está claro e o Brasil é um exemplo. A fé não é alimentada quando no lugar da via-sacra e da meditação da Paixão de Cristo, se reflete sobre um tema social qualquer (esse ano os fiéis ficarão sabendo dos males da violência em que vivemos, mas muitos não terão a menor noção da violência que sofrem as almas que estão no Inferno). A fé não é alimentada quando a Santa Missa deixa de ser a atualização do único e eterno sacrifício de Nosso Senhor, para virar um "encontro fraterno dos irmãos ao redor da mesa". Quando ela deixa de ser celebrada com o zelo e gravidade que exige, para ser celebrada com desleixo e sem a mínima piedade. A fé do povo diminui quando o Santíssimo Sacramento é tratado com indiferença (isso quando não ocorrem sacrilégios terríveis) e esquecido em algum canto da igreja, sem receber adorações solenes ou mesmo uma simples e silenciosa companhia de uma alma sacerdotal (quanto sacerdotes fazem ao menos uma breve adoração diária e incentivam tal prática?). Quando a catequese deixa de ensinar a São Doutrina. Quando padres e bispos tratam de inúmeros temas sociais e políticos em suas homilias, mas se esquecem completamente de falar das coisas do alto, aquelas que realmente importam (Lc 10, 38-42).

Todas essas omissões não só deixam de alimentar a fé do povo, como vão minando o que ainda existe de visão sobrenatural. Nesse sentido, afirma o Papa que "o verdadeiro problema neste momento da nossa história é que Deus possa desaparecer do horizonte dos homens e que, com o apagar-se da luz vinda de Deus, a humanidade seja surpreendida pela falta de orientação, cujos efeitos destrutivos se manifestam cada vez mais".

Bento XVI registra ainda sua sensação de ser bode expiatório de toda a humanidade... "Às vezes fica-se com a impressão de que a nossa sociedade tenha necessidade pelo menos de um grupo ao qual não conceda qualquer tolerância, contra o qual seja possível tranquilamente arremeter-se com aversão. E se alguém ousa aproximar-se do mesmo – do Papa, neste caso – perde também o direito à tolerância e pode de igual modo ser tratado com aversão sem temor nem decência".

A Igreja, em especial na pessoa de seu líder máximo, é esse grupo que não merece a tolerância dos que tanto clamam por tolerância. Da Igreja e do Papa se exige toda a tolerância e benevolência possível, mas para eles só restam duras pedras atiradas sem a menor piedade. Para aqueles que empunham o escudo da Fé e a espada da Palavra e estão no fronte combatendo pela Igreja junto com o Papa, essa situação é bem conhecida (2Tm 3, 12). E tal perseguição só é suportada com a ajuda de Nosso Senhor Jesus Cristo, que muito mais foi perseguido e sofreu injustamente por todos nós.

Repito o que já disse aqui nesse blog, pra quem achava que Joseph Ratzinger, idoso e tímido, faria o chamado pontificado de transição, ele está demonstrando justamente o contrário. Bento XVI, com muita coragem e destemor, vem enfrentando uma oposição descomunal dentro de seu próprio rebanho, simplesmente porque quer pregar a Sã Doutrina da Salvação, que muitos já não suportam (2Tm 4, 3).

Desde o início ele sabia que enfrentaria isso. Todos se lembram do que ele disse na Missa de início do seu pontificado: "Rogai por mim, para que não fuja, por medo, diante dos lobos".

E ele, verdadeiramente, não está fugindo!

Continuemos rezando pelo Santo Padre, para que continue enfrentando valentemente os lobos, especialmente aqueles que se disfarçam de ovelhas.


Oremos pelo nosso beatíssimo Papa Bento XVI. O Senhor o conserve, lhe dê vida e o torne feliz na terra, e não o entregue em poder dos seus inimigos. Amém.



Papa não poderia trocar tesouros do Vaticano por comida para África

Alberto Juesas Escudero, um jovem espanhol, lançou um abusado desafio no Facebook: Por que o Vaticano não troca todos os seus tesouros por comida para a África?

O desafio é abusado, mas passou longe da originalidade...

Não é de hoje que a Igreja é "convidada" a se desfazer do incalculável tesouro que se encontra em suas dependências.

De qualquer forma, conforme a notícia abaixo, o Cardeal Paul Josef Cordes esclarece mais uma vez aquilo que muitos teimam em não entender: a Igreja simplesmente não pode se desfazer desse tesouro. E ainda por cima deve zelar por ele! Mais do que obter lucros, a Igreja tem é despesas com essas obras!

Segue a notícia de Zenit:


Papa não poderia trocar tesouros do Vaticano por comida para África

A proposta lançada no Facebook é mais complicada do que parece


Por Jesús Colina

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 13 de março de 2009 (ZENIT.org).- «Trocar tesouros do Vaticano por comida para a África. Topa?». Com esta mensagem um internauta abriu um espaço no Facebook. Em poucos dias, até esta sexta-feira pela manhã, 32.146 membros haviam aderido.

O cardeal Paul Josef Cordes, presidente do Conselho Pontifício Cor Unum, esclarece que, independentemente do aspecto provocador ou ideológico da proposta, o Papa não poderia aplicá-la, pois o direito internacional o impede.

O presidente do organismo da Santa Sé responsável pela orientação e coordenação entre as organizações e as atividades caritativas promovidas pela Igreja Católica explicou a situação à Zenit em um encontro com jornalistas.

A iniciativa do Facebook foi lançada por um jovem espanhol, Alberto Juesas Escudero, que explica a proposta com alguns argumentos. Alguns deles são: «Porque é uma vergonha ver as riquezas do Vaticano e depois o noticiário».

Outros dos argumentos são: «Porque não admitem seus erros jamais. Porque não pregam com o exemplo. Porque Jesus nasceu em uma manjedoura e vivia em pobreza».

A motivação conclui com expressões ofensivas: «Que vergonha o Vaticano! Que vergonha a religião católica!».

Em sua resposta à pergunta da Zenit, o cardeal Cordes explica que ele escuta este tipo de propostas há 40 anos, e que antes elas se repetiam até mais.

Explica que quando João Paulo II o chamou a Roma para colaborar com ele na Cúria Romana, «o clima era muito forte contra o Vaticano. Então, naquela época, eu me informei e descobri que a Igreja não pode fazer o que quer com as obras de arte que estão no Vaticano».

Na realidade, esclarece, a Igreja «tem a tarefa de conservar as obras de arte em nome do Estado Italiano. Não pode vendê-las».

O purpurado não só cita a teoria, mas sobretudo se refere à realidade. Explica que, quando nos anos 60 um benfeitor alemão fez uma doação para restaurar o Colégio Teutônico, que se encontra dentro do Vaticano, a direção dessa residência, como gesto de agradecimento, deu-lhe uma estátua simples, que não tinha um valor comparável a outras que se encontram nos Museus Vaticanos, que se encontrava dentro do colégio.

Essa pessoa teve muitíssimos problemas com o Estado italiano, pois foi acusado de subtrair bens que a Itália deve custodiar, explicou o cardeal.

«Em todas as nações há medidas para a defesa das obras de arte, porque o Estado deve mantê-las», declara, recordando que os bens da Santa Sé também fazem parte da história cultural da Itália.

O cardeal recorda, por outro lado, que sem a obra da Igreja Católica, o sistema de saúde e educativo de algumas regiões da África não existiria.

«Presidentes africanos reconhecem quando vêm encontrar com o Papa», explica o cardeal Cordes.

Sem a Igreja na África, uma parte dos portadores do HIV ficaria abandonada, pois a Igreja, com sua rede de hospitais, é a instituição que acolhe o maior número de pessoas com este vírus.

Segundo explica o cardeal Cordes, ao atrair o interesse dos meios de informação do mundo por sua próxima viagem à África (Camarões e Angola), de 17 a 23 de março, o Papa centrará a atenção nas necessidades que a África vive, impulsionando ao mesmo tempo medidas concretas de autêntica solidariedade e respeito.

quinta-feira, 12 de março de 2009

O ímpeto cego de uma repórter abortista

O site do jornal "O Globo" publicou uma reportagem de Cleide Carvalho sobre o caso de uma garotinha gaúcha de 11 anos que acaba de dar à luz a uma menina, numa caso semelhante ao ocorrido em Pernambuco. Mas com desfechos completamente diferentes! Provavelmente porque no caso ocorrido no sul do país não houve a perminiciosa influência das ONG's abortistas.

Leia a reportagem clicando aqui.

Chama a atenção o título da matéria: "Burocracia pode ter condenado menina de 11 anos estuprada em Iraí, no RS, a levar gravidez adiante".

O primeiro ponto que grita aos olhos é a afirmação de que a garotinha foi "condenada" a levar essa gravidez adiante.

Qual o motivo dessa "condenação"? Risco de vida? Não houve e o médico responsável afirma que as duas passam bem. Uma criança de 11 anos não compreende o que está acontecendo? Não parece ser esse o caso, a garota sabe muito bem a - utilizando uma expressão da própria - "relíquia" que tem em suas mãos. Dificuldades financeiras? Sempre aparece alguém que ajuda. E se for impossível, doa. Ao invés de matar a criança, entregue ela para uma instituição que a encaminhará para a adoação. Mas, segundo a família, a garota não quer nem saber dessa hipótese.

Mas ao ler a reportagem completa, nota-se facilmente que o texto não tem absolutamente relação nenhuma com o título! Pois na chamativa a repórter dá a entender que os responsáveis pela menina entraram com pedido para a realização do aborto, e não conseguiram por conta da burocracia. Mas vamos ver, pelo texto da própria repórter, que não foi nada disso que aconteceu!

A reportagem traz depoimentos do promotor Adriano Luís de Araújo e do delegado Antonio Maieron.

O primeiro afirma que "Em nenhum momento a discussão sobre aborto surgiu. Não tenho conhecimento de orientação médica, nenhum documento que diga que ela corre risco e que justifique o aborto, nem manifestação da família. Desconheço que alguém tenha pedido".

Na mesma linha, diz o delegado que "É uma gravidez de risco, mas a guardiã não tinha interesse, em nenhum momento chegou a falar em interromper a gravidez da menina. Ela ficou sabendo em dezembro, cobrou do marido e ele sumiu de casa. Ninguém se manifestou sobre aborto, talvez pelo estágio da gravidez, que entrava no quinto mês".

Ou seja, não houve burocracia ou desinformação nenhuma impedindo o aborto da criança no ventre de sua jovem mãe. Foi, nitidamente e conforme está registrado na própria reportagem de Cleide Carvalho, desejo dos responsáveis pela garota que essa gestação fosse levada adiante.

Corroborando isso, há ainda uma outra notícia no site G1. Nesssa reportagem está registrado o depoimento dos familiares afirmando que "a menina faz questão de cuidar da própria filha e descartam a possibilidade de encaminhamento para adoção. 'Nem dar (o bebê) ela não quer, diz que vai ser a relíquia dela, que ela mesma vai cuidar', conta a irmã de criação de 25 anos, que mora na mesma casa."

E o médico que realizou o parto e está acompanhado a garota garante que mãe e filha passam muito bem.

Gostaria realmente de enteder de onde a repórter Cleide Carvalho tirou a informação de que não houve um aborto por culpa da burocracia ou da desinformação. Não é isso que se depreende lendo a reportagem...

Muito mais do que apoiar a "opção" pelo aborto, essa repórter parece defender que tal procedimento deve ser obrigatório em casos como esse. O problema é que no ímpeto cego de defender tal coisa, a repórter se esqueceu até de manter a coerência entre o título e o texto de sua matéria.

CARTA DE SUA SANTIDADE BENTO XVI AOS BISPOS DA IGREJA CATÓLICA

CARTA DE SUA SANTIDADE BENTO XVI
AOS BISPOS DA IGREJA CATÓLICA

a propósito da remissão da excomunhão
aos quatro Bispos consagrados pelo Arcebispo Lefebvre


Amados Irmãos no ministério episcopal!

A remissão da excomunhão aos quatro Bispos, consagrados no ano de 1988 pelo Arcebispo Lefebvre sem mandato da Santa Sé, por variadas razões suscitou, dentro e fora da Igreja Católica, uma discussão de tal veemência como desde há muito tempo não se tinha experiência. Muitos Bispos sentiram-se perplexos perante um facto que se verificou inesperadamente e era difícil de enquadrar positivamente nas questões e nas tarefas actuais da Igreja. Embora muitos Bispos e fiéis estivessem, em linha de princípio, dispostos a considerar positivamente a decisão do Papa pela reconciliação, contra isso levantava-se a questão acerca da conveniência de semelhante gesto quando comparado com as verdadeiras urgências duma vida de fé no nosso tempo. Ao contrário, alguns grupos acusavam abertamente o Papa de querer voltar atrás, para antes do Concílio: desencadeou-se assim um avalanche de protestos, cujo azedume revelava feridas que remontavam mais além do momento. Por isso senti-me impelido a dirigir-vos, amados Irmãos, uma palavra esclarecedora, que pretende ajudar a compreender as intenções que me guiaram a mim e aos órgãos competentes da Santa Sé ao dar este passo. Espero deste modo contribuir para a paz na Igreja.

Uma contrariedade que eu não podia prever foi o facto de o caso Williamson se ter sobreposto à remissão da excomunhão. O gesto discreto de misericórdia para com quatro Bispos, ordenados válida mas não legitimamente, de improviso apareceu como algo completamente diverso: como um desmentido da reconciliação entre cristãos e judeus e, consequentemente, como a revogação de quanto, nesta matéria, o Concílio tinha deixado claro para o caminho da Igreja. E assim o convite à reconciliação com um grupo eclesial implicado num processo de separação transformou-se no seu contrário: uma aparente inversão de marcha relativamente a todos os passos de reconciliação entre cristãos e judeus feitos a partir do Concílio – passos esses cuja adopção e promoção tinham sido, desde o início, um objectivo do meu trabalho teológico pessoal. O facto de que esta sobreposição de dois processos contrapostos se tenha verificado e que durante algum tempo tenha perturbado a paz entre cristãos e judeus e mesmo a paz no seio da Igreja, posso apenas deplorá-lo profundamente. Disseram-me que o acompanhar com atenção as notícias ao nosso alcance na internet teria permitido chegar tempestivamente ao conhecimento do problema. Fica-me a lição de que, para o futuro, na Santa Sé deveremos prestar mais atenção a esta fonte de notícias. Fiquei triste pelo facto de inclusive católicos, que no fundo poderiam saber melhor como tudo se desenrola, se sentirem no dever de atacar-me e com uma virulência de lança em riste. Por isso mesmo sinto-me ainda mais agradecido aos amigos judeus que ajudaram a eliminar prontamente o equívoco e a restabelecer aquela atmosfera de amizade e confiança que, durante todo o período do meu pontificado – tal como no tempo do Papa João Paulo II –, existiu e, graças a Deus, continua a existir.

Outro erro, que lamento sinceramente, consiste no facto de não terem sido ilustrados de modo suficientemente claro, no momento da publicação, o alcance e os limites do provimento de 21 de Janeiro de 2009. A excomunhão atinge pessoas, não instituições. Um ordenação episcopal sem o mandato pontifício significa o perigo de um cisma, porque põe em questão a unidade do colégio episcopal com o Papa. Por isso a Igreja tem de reagir com a punição mais severa, a excomunhão, a fim de chamar as pessoas assim punidas ao arrependimento e ao regresso à unidade. Passados vinte anos daquelas ordenações, tal objectivo infelizmente ainda não foi alcançado. A remissão da excomunhão tem em vista a mesma finalidade que pretende a punição: convidar uma vez mais os quatro Bispos ao regresso. Este gesto tornara-se possível depois que os interessados exprimiram o seu reconhecimento, em linha de princípio, do Papa e da sua potestade de Pastor, embora com reservas em matéria de obediência à sua autoridade doutrinal e à do Concílio. E isto traz-me de volta à distinção entre pessoa e instituição. A remissão da excomunhão era um provimento no âmbito da disciplina eclesiástica: as pessoas ficavam libertas do peso de consciência constituído pela punição eclesiástica mais grave. É preciso distinguir este nível disciplinar do âmbito doutrinal. O facto de a Fraternidade São Pio X não possuir uma posição canónica na Igreja não se baseia, ao fim e ao cabo, em razões disciplinares mas doutrinais. Enquanto a Fraternidade não tiver uma posição canónica na Igreja, também os seus ministros não exercem ministérios legítimos na Igreja. Por conseguinte, é necessário distinguir o nível disciplinar, que diz respeito às pessoas enquanto tais, do nível doutrinal em que estão em questão o ministério e a instituição. Especificando uma vez mais: enquanto as questões relativas à doutrina não forem esclarecidas, a Fraternidade não possui qualquer estado canónico na Igreja, e os seus ministros – embora tenham sido libertos da punição eclesiástica – não exercem de modo legítimo qualquer ministério na Igreja.

À luz desta situação, é minha intenção unir, futuramente, a Comissão Pontifícia «Ecclesia Dei» – instituição competente desde 1988 para as comunidades e pessoas que, saídas da Fraternidade São Pio X ou de idênticas agregações, queiram voltar à plena comunhão com o Papa – à Congregação para a Doutrina da Fé. Deste modo torna-se claro que os problemas, que agora se devem tratar, são de natureza essencialmente doutrinal e dizem respeito sobretudo à aceitação do Concílio Vaticano II e do magistério pós-conciliar dos Papas. Os organismos colegiais pelos quais a Congregação estuda as questões que se lhe apresentam (especialmente a habitual reunião dos Cardeais às quartas-feiras e a Plenária anual ou bienal) garantem o envolvimento dos Prefeitos de várias Congregações romanas e dos representantes do episcopado mundial nas decisões a tomar. Não se pode congelar a autoridade magisterial da Igreja no ano de 1962: isto deve ser bem claro para a Fraternidade. Mas, a alguns daqueles que se destacam como grandes defensores do Concílio, deve também ser lembrado que o Vaticano II traz consigo toda a história doutrinal da Igreja. Quem quiser ser obediente ao Concílio, deve aceitar a fé professada no decurso dos séculos e não pode cortar as raízes de que vive a árvore.

Dito isto, espero, amados Irmãos, que tenham ficado claros tanto o significado positivo como os limites do provimento de 21 de Janeiro de 2009. Mas resta a questão: Tal provimento era necessário? Constituía verdadeiramente uma prioridade? Não há porventura coisas muito mais importantes? Certamente existem coisas mais importantes e mais urgentes. Penso ter evidenciado as prioridades do meu Pontificado nos discursos que pronunciei nos seus primórdios. Aquilo que disse então permanece inalteradamente a minha linha orientadora. A primeira prioridade para o Sucessor de Pedro foi fixada pelo Senhor, no Cenáculo, de maneira inequivocável: «Tu (…) confirma os teus irmãos» (Lc 22, 32). O próprio Pedro formulou, de um modo novo, esta prioridade na sua primeira Carta: «Estai sempre prontos a responder (…) a todo aquele que vos perguntar a razão da esperança que está em vós» (1 Ped 3, 15). No nosso tempo em que a fé, em vastas zonas da terra, corre o perigo de apagar-se como uma chama que já não recebe alimento, a prioridade que está acima de todas é tornar Deus presente neste mundo e abrir aos homens o acesso a Deus. Não a um deus qualquer, mas àquele Deus que falou no Sinai; àquele Deus cujo rosto reconhecemos no amor levado até ao extremo (cf. Jo 13, 1) em Jesus Cristo crucificado e ressuscitado. O verdadeiro problema neste momento da nossa história é que Deus possa desaparecer do horizonte dos homens e que, com o apagar-se da luz vinda de Deus, a humanidade seja surpreendida pela falta de orientação, cujos efeitos destrutivos se manifestam cada vez mais.

Conduzir os homens para Deus, para o Deus que fala na Bíblia: tal é a prioridade suprema e fundamental da Igreja e do Sucessor de Pedro neste tempo. Segue-se daqui, como consequência lógica, que devemos ter a peito a unidade dos crentes. De facto, a sua desunião, a sua contraposição interna põe em dúvida a credibilidade do seu falar de Deus. Por isso, o esforço em prol do testemunho comum de fé dos cristãos – em prol do ecumenismo – está incluído na prioridade suprema. A isto vem juntar-se a necessidade de que todos aqueles que crêem em Deus procurem juntos a paz, tentem aproximar-se uns dos outros a fim de caminharem juntos – embora na diversidade das suas imagens de Deus – para a fonte da Luz: é isto o diálogo inter-religioso. Quem anuncia Deus como Amor levado «até ao extremo» deve dar testemunho do amor: dedicar-se com amor aos doentes, afastar o ódio e a inimizade, tal é a dimensão social da fé cristã, de que falei na Encíclica Deus caritas est.

Em conclusão, se o árduo empenho em prol da fé, da esperança e do amor no mundo constitui neste momento (e, de formas diversas, sempre) a verdadeira prioridade para a Igreja, então fazem parte dele também as pequenas e médias reconciliações. O facto que o gesto submisso duma mão estendida tenha dado origem a um grande rumor, transformando-se precisamente assim no contrário duma reconciliação é um dado que devemos registar. Mas eu pergunto agora: Verdadeiramente era e é errado ir, mesmo neste caso, ao encontro do irmão que «tem alguma coisa contra ti» (cf. Mt 5, 23s) e procurar a reconciliação? Não deve porventura a própria sociedade civil tentar prevenir as radicalizações e reintegrar os seus eventuais aderentes – na medida do possível – nas grandes forças que plasmam a vida social, para evitar a segregação deles com todas as suas consequências? Poderá ser totalmente errado o facto de se empenhar na dissolução de endurecimentos e de restrições, de modo a dar espaço a quanto nisso haja de positivo e de recuperável para o conjunto? Eu mesmo constatei, nos anos posteriores a 1988, como, graças ao seu regresso, se modificara o clima interno de comunidades antes separadas de Roma; como o regresso na grande e ampla Igreja comum fizera de tal modo superar posições unilaterais e abrandar inflexibilidades que depois resultaram forças positivas para o conjunto. Poderá deixar-nos totalmente indiferentes uma comunidade onde se encontram 491 sacerdotes, 215 seminaristas, 6 seminários, 88 escolas, 2 institutos universitários, 117 irmãos, 164 irmãs e milhares de fiéis? Verdadeiramente devemos com toda a tranquilidade deixá-los andar à deriva longe da Igreja? Penso, por exemplo, nos 491 sacerdotes: não podemos conhecer toda a trama das suas motivações; mas penso que não se teriam decidido pelo sacerdócio, se, a par de diversos elementos vesgos e combalidos, não tivesse havido o amor por Cristo e a vontade de anunciá-Lo e, com Ele, o Deus vivo. Poderemos nós simplesmente excluí-los, enquanto representantes de um grupo marginal radical, da busca da reconciliação e da unidade? E depois que será deles?

É certo que, desde há muito tempo e novamente nesta ocasião concreta, ouvimos da boca de representantes daquela comunidade muitas coisas dissonantes: sobranceria e presunção, fixação em pontos unilaterais, etc. Em abono da verdade, devo acrescentar que também recebi uma série de comoventes testemunhos de gratidão, nos quais se vislumbrava uma abertura dos corações. Mas não deveria a grande Igreja permitir-se também de ser generosa, ciente da concepção ampla e fecunda que possui, ciente da promessa que lhe foi feita? Não deveremos nós, como bons educadores, ser capazes também de não reparar em diversas coisas não boas e diligenciar por arrastar para fora de mesquinhices? E não deveremos porventura admitir que, em ambientes da Igreja, também surgiu qualquer dissonância? Às vezes fica-se com a impressão de que a nossa sociedade tenha necessidade pelo menos de um grupo ao qual não conceda qualquer tolerância, contra o qual seja possível tranquilamente arremeter-se com aversão. E se alguém ousa aproximar-se do mesmo – do Papa, neste caso – perde também o direito à tolerância e pode de igual modo ser tratado com aversão sem temor nem decência.

Amados Irmãos, nos dias em que me veio à mente escrever-vos esta carta, deu-se o caso de, no Seminário Romano, ter de interpretar e comentar o texto de Gal 5, 13-15. Notei com surpresa o carácter imediato com que estas frases nos falam do momento actual: «Não abuseis da liberdade como pretexto para viverdes segundo a carne; mas, pela caridade, colocai-vos ao serviço uns dos outros, porque toda a lei se resume nesta palavra: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Se vós, porém, vos mordeis e devorais mutuamente, tomai cuidado em não vos destruirdes uns aos outros». Sempre tive a propensão de considerar esta frase como um daqueles exageros retóricos que às vezes se encontram em São Paulo. E, sob certos aspectos, pode ser assim. Mas, infelizmente, este «morder e devorar» existe também hoje na Igreja como expressão duma liberdade mal interpretada. Porventura será motivo de surpresa saber que nós também não somos melhores do que os Gálatas? Que pelo menos estamos ameaçados pelas mesmas tentações? Que temos de aprender sempre de novo o recto uso da liberdade? E que devemos aprender sem cessar a prioridade suprema: o amor? No dia em que falei disto no Seminário Maior, celebrava-se em Roma a festa de Nossa Senhora da Confiança. De facto, Maria ensina-nos a confiança. Conduz-nos ao Filho, de Quem todos nós podemos fiar-nos. Ele guiar-nos-á, mesmo em tempos turbulentos. Deste modo quero agradecer de coração aos numerosos Bispos que, neste período, me deram comoventes provas de confiança e afecto, e sobretudo me asseguraram a sua oração. Este agradecimento vale também para todos os fiéis que, neste tempo, testemunharam a sua inalterável fidelidade para com o Sucessor de São Pedro. O Senhor nos proteja a todos nós e nos conduza pelo caminho da paz. Tais são os votos que espontaneamente me brotam do coração neste início da Quaresma, tempo litúrgico particularmente favorável à purificação interior, que nos convida a todos a olhar com renovada esperança para a meta luminosa da Páscoa.

Com uma especial Bênção Apostólica, me confirmo

Vosso no Senhor

BENEDICTUS PP. XVI

Vaticano, 10 de Março de 2009.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Estupro, aborto e valores distorcidos - Carlos Ramalhete

Estupro, aborto e valores distorcidos

Por Carlos Ramalhete

Têm sido espantosas as reações à declaração de dom Cardoso, arcebispo de Olinda e Recife, acerca das excomunhões dos responsáveis pelo aborto das duas crianças geradas no estupro de uma menina de nove anos de idade. O que ele fez foi apenas o seu dever: comunicar ter ocorrido a excomunhão automática dos responsáveis pela morte de duas crianças inocentes. Quem lesse as reações à comunicação, contudo, teria a impressão de que havia uma vida apenas em risco, e esta seria a vida da mãe das crianças. Não é o caso. A vida dela estava, sim, em um certo grau de risco, não maior nem menor que o de muitas mulheres grávidas com alguma complicação. Casos muito piores já chegaram a um final feliz.

Neste caso, contudo, aproveitando-se de uma falsa brecha legal – o fato de o Direito brasileiro não prever punição para o aborto de crianças geradas por estupro ou em caso de risco de vida para a mãe, exatamente como não prevê punição para o furto cometido por um filho contra o pai – grupos de pressão interessados na legalização do aborto apressaram-se, contra a vontade da mãe e de seus responsáveis legais, a matar o quanto antes as crianças que cometeram o crime de terem sido concebidas no transcurso de um repulsivo estupro. Os filhos são punidos com pena de morte pelo crime do pai.

A violência das reações à declaração de dom Cardoso, contudo, mostra claramente o alcance – em alguns setores bastante vocais da classe média urbana – de uma pseudoética apavorante. As crianças mortas simplesmente não entram na equação, não são consideradas. O próprio estupro só é mencionado de passagem. O risco de vida para a mãe é transformado em uma certeza de sua morte. São saudados como heróis salvadores os carniceiros que arrancaram do ventre da mãe duas crianças perfeitamente saudáveis e atiraram os cadáveres em uma cesta de lixo, onde provavelmente estava uma cópia mofada do juramento de Hipócrates que fizeram quando se formaram médicos.


Isto ocorre por ter sido perdida a noção do valor da vida. A vida, em si, para os defensores do aborto, não vale nada. Ao invés dela, o que teria valor seria o resultado final de uma equação que tem como componentes o bem-estar da pessoa e sua utilidade para a sociedade. As crianças abortadas não têm valor para a sociedade, logo podem ser mortas. Mais ainda, não merecem menção. A única criança digna de menção é a mãe, e olhe lá.


Ela mesma, a mãe das crianças abortadas, tem seu sofrimento deixado de lado. Uma menina de nove anos de idade que sofreu a violência de um estupro, provavelmente reiteradas vezes; uma criança ela mesma, vivendo mais que provavelmente em condições miseráveis (sabe-se que sua mãe não sabe ler e escrever, o que serviu bem aos que simplesmente mandaram que apusesse a impressão do polegar aos papéis que, como depois ela veio a saber, eram a sentença de morte de seus netos), foi levada de um lugar para o outro, teve os filhos que ela desejava manter arrancados de seu ventre e mortos, sendo tratada apenas como excelente exemplo de portadora biológica de material a abortar.


É de crer que provavelmente os defensores do aborto teriam de bom grado preferido que ela também tivesse sido abortada: o resultado da equação de utilidade social e bem-estar que usam para valorizar uma vida dificilmente seria alto o suficiente no caso dela para garantir-lhe a sobrevivência.

O estupro, mais ainda, o estupro reiterado e contumaz de uma criança indefesa é um crime asqueroso, que poderia em justiça merecer a pena de morte (não percebi, aliás, em nenhuma das numerosas e estridentes reações pró-aborto à declaração de dom Cardoso, alguém pedindo que fosse estendida ao estuprador a pena de morte que sofreram seus filhos). Quem o comete vê em sua vítima apenas um orifício cercado por forma humana, um receptáculo fraco e indefeso, logo acessível a suas taras. É já uma negação da humanidade da vítima: ela não merece, crê o estuprador, ter direito de opinião sobre o que é feito com seu corpo.

A mesma negação feita pelo estuprador contra sua vítima foi reiterada sobre seus filhos: ela foi estuprada; eles foram mortos. Desumanizada pela primeira vez pelo estuprador, ela o foi novamente, juntamente com seus próprios filhos – a flor de esperança e de vida que poderia ter saído do lodo da violência – pelos que não consideram que a vida tenha, por ser vida humana, algum valor. Agora, esperam eles, esgotado seu valor de propaganda, ela pode rastejar de volta à miséria de seu barraco e deixá-los tocar em paz a campanha pró-aborto.


Carlos Ramalhete é professor e filósofo. Publicado na Gazeta do Povo.

Charge

by Emerson de Oliveira, publicado no blog Veritatis Splendor


Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares. Tomai, por tanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e manter-vos inabaláveis no cumprimento do vosso dever. Ficai alerta, à cintura cingidos com a verdade, o corpo vestido com a couraça da justiça, e os pés calçados de prontidão para anunciar o Evangelho da paz. Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a palavra de Deus. Intensificai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos. (Efésios 6,12-18)

terça-feira, 10 de março de 2009

O encontro

Há alguns dias escrevi o post "O Demônio reunindo suas forças".

Eis uma boa ilustração para o post...




sexta-feira, 6 de março de 2009

Arnaldo Jabor

Em um artigo, o grande pensador católico Gustavo Corção escreveu que “Os idiotas que antigamente se calavam estão hoje com a palavra, possuem hoje todos os meios de comunicação”.

Creio que Corção, com algumas décadas de antecedência, retratou perfeitamente o que vemos acontecer agora: um tolo, sem o mínimo conhecimento do que seja a Igreja Católica Apostólica Romana, seus 2000 anos de história, sua doutrina e suas leis, tem a sua disposição, como fabulosa massa de manobra, a maior audiência da TV brasileira para ouvir suas tolices, suas pseudo-análises do que ocorre dentro da Igreja (sim, porque nenhum bispo nem muito menos o papa foi interferir no trabalho de Jabor).

Há algumas semanas, por conta do levantamento das excomunhões dos quatro bispos da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, Arnaldo Jabor se meteu a comparar o pontificado de João Paulo II com o de Bento XVI (veja o vídeo). Não consigo pensar em outro adjetivo para o discurso do sujeito que não seja: ASNEIRAS.

Começou afirmando que João Paulo II era "pra fora", ao passo que Bento XVI é "pra dentro". Que aquele queria levar a Igreja para o mundo, e este quer trazer o mundo para dentro da Igreja. Jabor demonstra desconhecer completamente o pontificado de João Paulo II e a intensa colaboração e amizade entre ele e o então Cardeal Jospeph Ratzinger; assim como demonstra também desconhecer completamente que Nosso Senhor mandou sua Igreja "ensinar e batizar todos os povos e nações" (Mt 28,19). Tanto que chega ao absurdo de afirmar que foi um erro o papa batizar o islâmico convertido ao catolicismo no sábado santo do ano passado.

Por fim, critica o levantamento da excomunhão do bispo Richard Williamson (um dos quatro da FSSPX) após este ter "negado o Holocausto" (primeiro que ele não negou, mas isso é outra história). Tal afirmação de Williamson não era do conhecimento do Papa, a este fato comenta com grosseira ironia: "como não sabia, o Papa não é infalível?".

Agora, Jabor se mete novamente onde não é chamado e nem tem competência para tal, e desfila novamente todo seu ódio, ironia e desconhecimento da Igreja (veja o vídeo).

O foco agora foi a declaração de Dom José Cardoso Sobrinho, arcebispo de Recife e Olinda, de que quem participou do aborto da menina de 9 anos está excomungado.

Afirma ele que "esse pensamento dogmático, inquisitorial, só afasta a igreja católica do mundo moderno".

Passo a palavra a São Paulo Apóstolo: "Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito" (Rm 12,2).

Jabor segue: "Logo agora que a história está tão cruel, agora que os homens precisam de uma religião protetora, agora que precisávamos da doçura da igreja, temos os olhos frios de Bento XVI".

Pois é, triste coinscidência... logo agora que a boa filosofia está esquecida, que os homens se rendem aos seus mais torpes desejos e abandonam a inteligência e a lógica, justo agora que precisávamos de homens inteligentes e cultos ensinando nos grandes meios de comunicação, temos a inteligência embaçada, a má vontade, a incompetência profissional e a língua bipartida de Arnaldo Jabor...

Voltando a Corção: "São os idiotas que possuem hoje os meios de comunicação".

O idiota em referência, encerra seu apanhado de idiotices com a seguinte pérola: "Os excomungados de Olinda não devem ter medo. Deus está vendo e está com eles. Certamente não está com esse inquisidor, o arcebispo José Cardoso Sobrinho."

Agora Jabor, além de analista da Santa e Romana Igreja, determina também com quem Deus está e com quem Ele deixa de estar. Este sujeito é realmente engraçado, a Igreja não tem o direito de excomungar quem fere as leis de Deus (mesmo que essas pessoas estejam pouco se importando com Deus), mas ele tem o direito de anular a excomunhão declarada. Mais uma vez vemos a intolerância dos tolerantes... Tolerância com todos e com todas as atitudes, menos aquelas advindas da Igreja Católica.

O que verdadeiramente não é muito difícil de saber é quem está com Arnaldo Jabor...

Por fim, chama Dom José Sobrinho de inquisidor. Esse ataque me fez pensar nos tempos em que um idiota desse não estaria à solta falando tanta bobagem, ou estaria preso, ou se converteria, ou viraria carvão. Pelo menos as inteligências e as boas almas eram preservadas de tamanhas baboseiras.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Dom José Cardoso Sobrinho, digno sucessor dos apóstolos!

O Jorge Ferraz, em seu excelente Deus lo vult!, traz uma citação absolutamente fantástica de Dom José Cardoso Sobrinho, arcebispo de Olinda e Recife

"Se existem pessoas que se dizem católicas e que não aceitam essa doutrina, essas pessoas não podem se chamar católicas. São católicos de IBGE, porque o católico de verdade tem que aceitar a doutrina da sua Igreja. Quem se diz católico e rejeita a doutrina, é um católico falso, está propagando apenas as suas opiniões." [Dom José Cardoso Sobrinho, in Aborto em Foco]

Vivemos tempos tão peculiares, que um bispo dizer tal coisa supreende. A regra deveria ser ouvir sempre essas declarações, nossos pastores nos lembrando como devemos ser e agir. Mas infelizmente pastores zelosos assim viraram excessão...

E por falar em Dom Sobrinho: Arcebispo excomunga médicos e parentes de menina que fez aborto. E sofre, como é normal, a intolerância dos que tanto clamam por tolerância.

Vida longa a este digno e corajoso sucessor dos Apóstolos!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Postura pró-vida de menina de 12 anos comove professora pró-aborto

Há alguns dias comentei aqui sobre a garota Lia, que fez um forte discurso pró-vida em uma competição de seu colégio.

Registro aqui a tradução que Julio Severo fez de uma matéria da LifeSiteNews.com, onde a mãe de Lia relata a oposição que ela sofreu de professores e jurados.

Leia a matéria no blog do Julio Severo.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Apoio a Dom Aldo di Cillo Pagotto



Este blog apoia Dom Aldo di Cillo Pagotto!



O arcebispo da Paraíba, Dom Aldo di Cillo Pagotto, conforme notícia da Zenit abaixo, suspendeu o pe. Luiz Couto de suas funções sacerdotais por defender doutrinas contrárias ao ensino da Igreja. Em recente entrevista, o pe. Couto fez declarações absurdas, tanto que a manchete da entrevista foi "Padre, deputado e adversário do celibato. Favorável ao uso do preservativo, Luiz Couto combate a intolerância e a discriminação a homossexuais, contrariando o Vaticano".

Agora, o Diário de Pernambuco noticia que o bispo está sofrendo aquela típica perseguição de quem é fiel a Nosso Senhor e à Sua Santa Igreja, sofre a intolerância dos que tanto clamam por tolerância. E ao tomarmos conhecimento de onde vem as críticas, podemos ter ainda mais certeza que d. Aldo fez a coisa certa...

A lista inclui: Ricardo Berzoini (presidente do PT), "Central Única dos Trabalhadores" (CUT), "Associação das Travestis da Paraíba" (Astrapa), "Grupo da Consciência Negra", "Marcha Mundial das Mulheres" (organização feminista, defensora do lesbianismo e do aborto), "Associação dos Padres Casados", "Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais" (Abglt), "Comitê em Solidariedade ao Povo Palestino", "Comissão Pastoral da Terra do Estado da Paraíba" (CPT) e do bispo D. Tomás Balduíno (conhecido por sua militância de cunho esquerdista junto aos comunistas-terroristas MST).

"Ai daqueles que ao mal chamam bem, e ao bem, mal, que mudam as trevas em luz e a luz em trevas, que tornam doce o que é amargo, e amargo o que é doce!" (Is 5, 20)

Inabalável em sua Fé e consciente de que agiu de acordo com o Evangelho de Nosso Senhor, D. Aldo Pagotto declarou que essas manifestações "não me atinge, não me emociona, nem me constrange".

Cristo Senhor, enfrentando a oposição daqueles que não aceitavam seu ensinamento, não hesitou em questionar os apóstolos: "Quereis vós também retirar-vos?". Pena que são poucos hoje os que se levantam e dizem com São Pedro: "Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna". (Jo 6, 67-68).

Por isso, pela sua coragem em agir como verdadeiro sucessor dos Apóstolos, defender seu rebanho e expulsar os lobos que o ameaçam, este blog engrossa o coro dos que apoiam Dom Aldo di Cillo Pagotto.


Brasil: arcebispo suspende padre que é deputado por declarações contrárias ao Magistério da Igreja

JOÃO PESSOA, sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- O arcebispo da Paraíba (nordeste do Brasil), Dom Aldo di Cillo Pagotto, suspendeu do uso de Ordem o padre Luiz Couto, que é deputado federal pelo PT (Partido dos Trabalhadores), por ele ter feito afirmações contrárias ao Magistério da Igreja.

O presbítero está impedido de realizar atividades próprias de um sacerdote, como celebrar missas.

Segundo nota difundida pela arquidiocese da Paraíba, o padre concedeu uma entrevista, publicada no dia 25 de fevereiro no Jornal O Norte. A entrevista, diante de seu conteúdo, estava intitulada: ‘Padre, deputado e adversário do celibato. Favorável ao uso do preservativo, Luiz Couto combate a intolerância e a discriminação a homossexuais, contrariando o Vaticano’.«Preposto à Arquidiocese da Paraíba, vejo-me na grave obrigação de suspender o referido sacerdote do uso de Ordem em nossa circunscrição eclesiástica», afirma na nota Dom Aldo Pagotto.

«Porquanto, por suas afirmações sumárias, e enquanto perdurem sem retratação explícita, provoca confusão entre os fiéis cristãos, e contraria ‘in noce’ as orientações doutrinais, éticas e morais sustentadas pela Igreja Católica (Cf. Cânon 1317 CDC)», prossegue o arcebispo.