quarta-feira, 6 de maio de 2009

O Trabalho

Na semana passada escrevi aqui sobre a fatídica "Mensagem da CNBB para o Dia do Trabalhador", que condena a crise, os banqueiros, os empresários, etc., mas não trata daquilo que realmente importa.

Comparem com o artigo abaixo, de Dom Fernando Arêas Rifan, bispo da Adm. Apost. S. João Maria Vianney. Vejam quanta diferença entre o texto de uma instituição, a CNBB, que não tem visão sobrenatural, não tem seus olhos no céu, esquecem que o Reino de Cristo não é deste mundo, e as palavras de um bispo que fala aquilo que em primeiro lugar importa ao seu rebanho.

Dom Fernando fala de "harmonia entre classes", a CNBB incita a luta entre elas. Dom Fernando ensina o significado do trabalho antes e depois do pecado, a CNBB passa longe disso. Dom Fernando fala de santificação do trabalho, a CNBB sabe é que é santificação?

Enfim, nos resta rezar por nossos bispos. Por uns para que sejam perseverantes na Fé e em sua missão, por outros para que retornem à Fé e compreendam sua missão...

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O Trabalho


O mês de maio, mês de Maria, começou com a festa de São José operário. Desejoso de elevar o dia do trabalho, já mundialmente comemorado, e ajudar os trabalhadores a santificar o seu dia, o Papa Pio XII instituiu a festa de São José operário, modelo do trabalhador. São José, de origem nobre da Casa de Davi, ganhando a vida como simples carpinteiro, harmoniza bem a união de classes que deve existir em uma sociedade cristã, onde predominam a justiça e a caridade. Por isso, ele é o patrono dos trabalhadores.

O trabalho é obra de Deus. Deus, ao criar o homem, colocou-o no jardim do Éden para nele trabalhar. O trabalho existe, portanto, antes do pecado. Depois deste, passou a ter a conotação de penitência, pois adquiriu uma nota de dificuldade e o necessário esforço para desempenhá-lo: “Comerás o pão com o suor do teu rosto” (Gn 3,19).

Assim, o trabalho tem o aspecto natural necessário para o nosso sustento e o aspecto adicional de penitência, pois ele contraria nossa tendência, exacerbada pelo pecado, à preguiça e ao relaxamento. O trabalho é algo muito digno e nobre, seja ele qual for, desde que seja honesto e nos encaminhe para Deus, seu autor.

Em sua exortação apostólica Redemptoris Custos, sobre a figura e a missão de São José, o Papa João Paulo II fala sobre o trabalho como expressão do amor. “A expressão quotidiana deste amor na vida da Família de Nazaré é o trabalho. O texto evangélico especifica o tipo de trabalho, mediante o qual José procurava garantir a sustentação da Família: o trabalho de carpinteiro. Esta simples palavra envolve toda a extensão da vida de José. Para Jesus este período abrange os anos da vida oculta, de que fala o Evangelista, a seguir ao episódio que sucedeu no templo: «Depois, desceu com eles para Nazaré e era-lhes submisso» (Lc 2, 51). Esta submissão, ou seja, a obediência de Jesus na casa de Nazaré é entendida também como participação no trabalho de José. Aquele que era designado como o ‘filho do carpinteiro’, tinha aprendido o ofício de seu ‘pai’ adotivo. Se a Família de Nazaré, na ordem da salvação e da santidade, é exemplo e modelo para as famílias humanas, é-o analogamente também o trabalho de Jesus ao lado de José carpinteiro. Na nossa época, a Igreja pôs em realce isto mesmo, também com a memória de São José Operário, fixada no primeiro de maio. O trabalho humano, em particular o trabalho manual, tem no Evangelho uma acentuação especial. Juntamente com a humanidade do Filho de Deus ele foi acolhido no mistério da Encarnação, como também foi redimido de maneira particular. Graças ao seu banco de trabalho, junto do qual exercitava o próprio ofício juntamente com Jesus, José aproximou o trabalho humano do mistério da Redenção.”

“Trata-se, em última análise, da santificação da vida quotidiana, no que cada pessoa deve empenhar-se, segundo o próprio estado, e que pode ser proposta apontando para um modelo accessível a todos: São José é o modelo dos humildes, que o Cristianismo enaltece para grandes destinos; é a prova de que para ser bons e autênticos seguidores de Cristo não se necessitam grandes coisas, mas requerem-se somente virtudes comuns, humanas, simples e autênticas.”


Dom Fernando Arêas Rifan
Bisbo Titular de Cedamusa
Administrador Apostólico da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

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